A Económica SGPS, detentora do Diário Económico, avançou para um programa de rescisões voluntárias para cortar "um pouco mais de metade" de 2,1 milhões de euros, que é o objetivo anual de poupança, disse à Lusa fonte oficial.
"O conselho de administração da Económica SGPS decidiu iniciar um processo de redução de custos, com o objetivo de conseguir poupanças anuais de 2,1 milhões de euros, e um milhão e pouco tem a ver com recursos humanos, um pouco mais de metade", indicou à Lusa fonte oficial da empresa do grupo Ongoing.
A empresa nega a existência de uma lista de pessoas a despedir no Diário Económico e sublinha que a orientação é definida pelo objetivo financeiro. Em todo o caso, "apesar de se tratar de um programa de rescisões voluntárias, as várias direções, incluindo a editorial, estão a convidar pessoas a rescindir, com o objetivo de preservar o "core" do Diário Económico, que são as seções de economia, finanças e empresas", acrescentou a fonte oficial.
Em comunicado, a empresa explica que "não estamos imunes à conjuntura extremamente adversa que atravessamos – o mercado da publicidade na imprensa caiu 32 por cento em 2009, voltou a cair 9,3 por cento em 2010 e registou uma contração de 15 por cento no ano que agora terminou".
Para 2012, a Económica espera "uma nova quebra, superior a 10 por cento, mantendo-se uma tendência que tem impacto direto – e determinante – nos resultados e na operação da empresa", segundo o comunicado.
"O conselho de administração da Económica SGPS pretende, com este processo, reunir condições para manter a sustentabilidade da empresa e garantir postos de trabalho, para que seja possível ultrapassar este período particularmente gravoso que estamos a viver", remata o texto.
A decisão foi comunicada na quinta-feira ao conselho de redação (CR) do título, pelo diretor do Diário Económico, António Costa, que revelou que a poupança será conseguida com cortes em “colaborações, colunistas e rescisões”, de acordo com um comunicado de hoje do CR a que a Lusa teve acesso.
António Costa deu a garantia ao CR que “nenhuma pessoa" seria convidada a rescindir sem o seu aval e que o jornal "até admite a possibilidade" de reforçar as seções consideradas centrais, "caso surjam boas oportunidades no mercado”. “O objetivo é que o Diário Económico não perca qualidade nem a liderança”, explicou Costa.
O CR questionou ainda António Costa sobre a possibilidade do Diário Económico vir a ter que recorrer ao despedimento coletivo, caso não se obtenha as poupanças previstas com as medidas agora anunciadas, ao que o diretor não quis precisar. “Não posso, nem quero, antecipar o que poderá suceder se não houver acordos de rescisão amigável. É totalmente prematuro. O despedimento coletivo coloca outro tipo de problemas, é outra lógica, é outra dimensão que ultrapassa o diretor que deixa de poder garantir que daqui sai uma equipa reforçada”, terá dito António Costa, citado no comunicado do CR.