Lisboa, 12 jan (Lusa) — Ser retornado, hoje, “já não é um estigma, é só um rótulo, como ser alentejano”, diz a escritora Dulce Maria Cardoso, que hoje conversou, numa livraria em Lisboa, com outra autora, Isabela Figueiredo, sobre memórias coloniais.
A iniciativa Ler no Chiado, da revista “Ler” e da livraria Bertrand, juntou em Lisboa as escritoras Isabela Figueiredo, autora de “Caderno de Memórias Coloniais”, e Dulce Maria Cardoso, autora de “O Retorno”, para, numa conversa moderada por Anabela Mota Ribeiro, falarem do seu regresso a Portugal, vindas da África colonial.
Isabela Figueiredo regressou de Moçambique quando tinha 13 anos e, desde então, sempre quis escrever um livro sobre a sua história. “Precisei da vida inteira, mas era realmente isto que queria escrever”, disse. O que não quer dizer que não esteja a pagar “uma fatura por escrever na primeira pessoa”. Mas Isabela está-se “nas tintas para as consequências disso”.