A Cofina, empresa que detém publicações como “Correio da Manhã”, “Jornal de Negócios”, revista “Sábado”, entre outras, é um dos títulos bolsistas que tem gerado bastante apetite no mercado. Desde Setembro, já se registou a venda de acções do Millennium BCP, Santander Totta e, esta semana, do BPI.
No final de Setembro, o Millennium anunciou a redução da sua participação no capital social da Cofina. Em comunicado, era dito que a Millennium Acções Portugal tinha alienado 39 mil acções, assim como a Millennium PPA (ambas representadas pela Millennium BCP Gestão de Activos) tinha vendido 21 mil acções, num total de 60 mil papéis relativos à Cofina. Ainda assim, o Millennium ficou na posse de pouco mais de dois milhões de acções, o que confere 1,99% dos direitos de voto.
Mas em Outubro entra um comprador na dinâmica bolsista da Cofina, tal como o i então noticiou: a Newshold (detentora do semanário “Sol”) comunicava ao mercado a compra de um total de 5,1 milhões de acções (em duas tranches) da empresa liderada por Paulo Fernandes o que, somado aos 1,2 que já possuía, conferiu à Newshold 6,16% dos direitos de voto no conselho de administração da Cofina, passando a ocupar o sexto lugar na estrutura accionista da proprietária do “Correio da Manhã”.
A Newshold volta a ser notícia (e alvo de comunicados na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários – CMVM) em Novembro, depois de comprar 1,3 milhões de acções e, assim, ficar com 10,5% dos direitos de voto dentro da Cofina. Isso significa que a Newshold comprou papéis da Cofina dispersos em bolsa, num total de três milhões de acções.
Antes, em Outubro, as notícias relatavam a venda de acções da Cofina, nomeadamente pelo Santander Totta, que vendeu um total de quatro milhões de acções daquela empresa, ficando apenas com 3,4 milhões de acções, abaixo dos 5% de participação qualificada.
Agora foi a vez do BPI anunciar a venda das suas acções, na totalidade, que possuía da Cofina. A venda concretizou-se a 9 de Dezembro. No total, a entidade financeira gerida por Fernando Ulrich despachou, fora de bolsa, 3,2 milhões de acções, o que lhe valiam 3,12% dos direitos de voto.
A estratégia de venda de activos dos bancos resulta da obrigação imposta pelo Banco de Portugal de conseguirem atingir o rácio Core Tier 1, de 9%, o que está a levar a banca a desfazer-se de todos os seus activos que não sejam considerados estratégicos em termos da actividade financeira.