Os dias da rádio estão de volta pela mão da internet


Também há boas notícias sobre media em 2011 e o segmento da rádio é a origem de uma delas: um estudo da Marktest diz que o número de ouvintes diários de rádio aumentou em 100 mil pessoas até Julho de 2011, face ao mesmo período de 2010. Isto quer dizer que no primeiro semestre do…


Também há boas notícias sobre media em 2011 e o segmento da rádio é a origem de uma delas: um estudo da Marktest diz que o número de ouvintes diários de rádio aumentou em 100 mil pessoas até Julho de 2011, face ao mesmo período de 2010. Isto quer dizer que no primeiro semestre do ano a audiência diária se fixou nos 4,7 milhões de ouvintes.

Este número significa que 57% do universo definido pela empresa de estudos de audiências está sintonizado na rádio, e mostra que “a rádio soube posicionar-se, compensar algumas perdas em segmentos específicos e sair a ganhar”, diz o estudo, citado pela revista “Meios & Publicidade”.

O estudo também fez um comparativo do consumo de rádio entre os anos de 2000 e 2010, constatando que na faixa etária entre os 25 e os 54 anos a rádio subiu 11%. Dividindo as audiências por estratos económicos, na classe alta o consumo de rádio subiu 3%, no média-média subiu 2% e apenas 1% na classe média-baixa. Estes valores permitiram a este meio de comunicação social compensar perdas significativas como o decréscimo de 15% de ouvintes na população inactiva, a perda de 8% dos ouvintes com mais de 54 anos ou mesmo os 14% de ouvintes a menos na faixa etária dos 15 aos 24 anos. A classe baixa perdeu 10% dos seus ouvintes de rádio, na última década. Em termos geográficos, segundo o estudo, apenas o litoral centro não verificou um aumento de ouvintes. E é entre os homens que mais se ouve rádio.

Uma das facetas mais previsíveis do estudo foi constatar-se que a forma como se ouve rádio sofreu grandes alterações. Se há dez anos ouvia-se mais rádio em casa, agora ouve-se muito mais no carro.

A rádio também deixou de ser ouvida apenas na telefonia, sendo a Internet um dos meios que mais penetração registou em termos de números de ouvintes. Se em 2003 apenas 4,1% dos ouvintes o fazia através da internet, em Julho deste ano a proporção era de 20,6%.

Note-se ainda que há 13% dos portugueses a sintonizarem a sua estação preferida através do telemóvel, assim como há 8% que ouvem rádio através de um leitor de formato digital.

O estudo conclui que “a rádio mostra que não só se adaptou às novas plataformas de distribuição de conteúdos e aos novos comportamentos, como os está a utilizar para se capitalizar”.

Recorde-se que, quando a televisão se massificou mundialmente, todos vaticinaram a morte da rádio. Mas em época de forte crise, parece ser afinal a rádio o meio que vai dar a notícia da “morte” de quase todos os outros.