Lisboa, 17 nov (Lusa) — Desenrola-se num bordel chamado “A Varanda” a ação da peça homónima de Jean Genet que a Cornucópia estreia hoje, um espaço onde as prostitutas ajudam os clientes a concretizar fantasias que espelham as relações de poder na sociedade.
Depois de “Ela”, outra peça de Genet (1910-1986), o Teatro da Cornucópia regressa ao universo do dramaturgo francês, estreando em Portugal a última versão — datada de 1968 e considerada a definitiva — de “A Varanda”, que teve várias, a primeira das quais publicada em 1956 e intitulada “Espanha”.
“No princípio da peça, percebemos logo que estamos dentro de um bordel, que há uma revolução lá fora e depois começamos a ver as fantasias dos clientes do bordel, cidadãos anónimos que desejam identificar-se com os símbolos do poder: querem vestir-se de bispo, de general e de juiz”, disse à Lusa o ator e encenador Luís Miguel Cintra, diretor do Teatro da Cornucópia.