“Vou ser o melhor marcador dos Lakers, vou ganhar cinco ou seis campeonatos e vou ser o melhor jogador de todos.” Foram estas algumas das primeiras palavras que um Kobe Bryant novato terá dirigido a Shaquille O’Neal quando chegou aos Lakers, em 1996. E terá rematado com um: “Vou ser o Will Smith da NBA.” As profecias de Kobe realizaram-se, mas Shaq, na altura mais experiente, achou Bryant “imaturo”. Pelo menos é o que o poste conta na sua nova autobiografia.
“Shaq sem censura: a minha história.” É este o livro, a ser lançado no dia 15 deste mês – e promete causar polémica. A autobiografia do quatro vezes campeão Shaquille O’Neal foi escrita com a ajuda da colunista da ESPN Jackie MacMullan e está recheada de pormenores da famosa rivalidade entre Shaq e Kobe.
“Antes de começar a temporada 2003/2004, o Kobe estava no centro do furacão, porque podia acabar preso, acusado de violação. Eu não tinha conseguido um acordo com os Lakers para continuar na equipa. Havia muito mau ambiente”, explica O’Neal, referindo-se à acusação contra Kobe Bryant em 2003. O base teria violado uma empregada de hotel, no Colorado, mas o caso acabou por não ir para a frente, enquanto Shaq estava com problemas para renegociar o seu contrato. Conclusão? Os dois não paravam de se atacar. “Pouco antes de a liga começar, a equipa técnica ordenou-nos: ‘Ou param com as discussões em público, ou são multados’”, conta Shaq. E as coisas não ficaram por aqui. “Imediatamente depois disso, o Kobe deu uma entrevista ao Jim Gray [jornalista da ESPN] e despejou várias pérolas. Afirmou que eu estava gordo e em baixo de forma e que estava a exagerar uma lesão no dedo do pé, que não era tão grave como parecia – sim, precisamente a lesão que acabou com a minha carreira”, revela Shaquille no seu livro. E revela também a discussão que se seguiu depois de confrontar o colega de equipa: “O Kobe levanta-se, fica cara a cara comigo e diz: ‘Tu sempre disseste que eras o meu irmão mais velho, que farias tudo por mim, e depois aconteceu isto no Colorado e tu nem sequer me ligaste.’ Mas eu liguei-lhe. E foi assim que descobrimos que ele estava magoado e a achar que não o apoiávamos. Isso era novidade. Eu pensava que ele não se importava nada connosco”, escreve Shaq. Mas nem por isso o n.o 34 perdoou a Kobe. “Eu disse-lhe: ‘Se alguma vez voltares a dizer alguma coisa como as que disseste ao Jim Gray, eu mato-te.’ O Kobe encolheu os ombros e disse: ‘Como queiras.’”
O livro promete mais polémica. Aborda também uma discussão violenta entre Shaq e Pat Riley, o treinador dos Miami Heat, para onde O’Neal se transferiu em 2004. Mas não só de violência se escreve a história de um ex-basquetebolista. No seu livro, Shaq fala da vez que enviou uma carta à actriz Halle Berry, quando ainda era estudante. “Umas semanas depois, juro que não estou a mentir, ela escreveu–me e disse que gostava muito de basquetebol. E enviou-me uma foto assinada, que ainda guardo. ‘Espero ver-te na NBA’, escreveu ela.”
Dia 15, o livro vai estar nas prateleiras e certamente irá vender-se bem. Pelo menos é o que espera Shaquille O’Neal, reformado desde Junho. Ao fim de 19 temporadas na NBA, o jogador terminou a sua carreira fazendo um simples anúncio no Twitter: “Vou reformar-me.” Mas quando todos pensavam que Shaq não tinha mais nada a dizer, eis que entra e marca um ponto no último segundo.
Shaq e Kobe. 18 cm de altura e mais qualquer coisa a separá-los
“Vou ser o melhor marcador dos Lakers, vou ganhar cinco ou seis campeonatos e vou ser o melhor jogador de todos.” Foram estas algumas das primeiras palavras que um Kobe Bryant novato terá dirigido a Shaquille O’Neal quando chegou aos Lakers, em 1996. E terá rematado com um: “Vou ser o Will Smith da NBA.”…







