Depósitos a prazo
Campeões na captação de recursos
Os depósitos a prazo recuperaram o estatuto de instrumento preferido de poupança junto da maioria dos consumidores. As taxas de juro oferecidas pelas instituições financeiras – a média rondou os 4%, segundo os últimos dados do Banco de Portugal (BdP) – contribuem para este sucesso. Na maioria dos casos, estes valores são praticados no final da aplicação financeira. A explicação é simples: os bancos conseguem desta forma atrair capitais e, ao mesmo tempo, fidelizar os clientes. Só em Julho, de acordo com os dados do BdP, as famílias portuguesas tinham depositado um valor recorde de 126 916 milhõesde euros, o equivalente a 12 mil euros por cada português. A verdade é que há oferta para todos os gostos. Os consumidores podem optar por prazos fixos ou crescentes. Estes últimos, geralmente só apresentam a remuneração máxima se os clientes mantiverem a aplicação até ao final do prazo, por isso mesmo, estes produtos são pouco interessantes para quem pretende investir numa lógica a médio/longo prazo. Não se esqueça, que beneficia do Fundo de Garantia de Depósitos (FGD) que cobre os valores depositados nos bancos desde que os mesmos não ultrapassem os 100 mil euros. Este valor é definido por instituição e por depositante.
Certificados do Tesouro
Investir a longo prazo
O produto tem pouco mais de um ano – lançado em Julho de 2010 – e tem vindo a chamar a atenção dos consumidores devido às remunerações praticadas. Só no mês de Setembro, os portugueses investiram 32 milhões de euros. Mesmo assim, o número de investidores tem vindo a cair apesar da taxa bruta anual de mais de 7% a quem mantiver o produto durante dez anos. As taxas brutas de remuneração para as subscrições em Novembro ficam inalteradas nos prazos a cinco e a dez anos e irão registar uma ligeira subida para os prazos mais reduzidos, passando de 2,05% para 2,10%. Para uma aplicação a cinco anos a taxa de remuneração é de 6,80% e para 10 anos o juro bruto continua a ser de 7,1%. Os Certificados do Tesouro são sobretudo uma aplicação de dívida pública mais vocacionada para investimentos a médio e a longo prazo. Aliás, este produto de poupança é pouco compensador para investidores que pretendam apostar num prazo até cinco anos. O montante mínimo de subscrição é de mil euros e o máximo é de um milhão de euros. Os Certificados do Tesouro permitem o resgate antecipado, tanto total como parcial.
Certificados de Aforro
Remuneração menos atractiva
Os Certificados de Aforro há muito que perderam o estatuto de instrumento preferido de poupança. Há 30 meses consecutivos que as famílias foram desinvestindo nesta aplicação financeira. Só em Setembro, os resgates quase atingiram os 300 milhões de euros, enquanto as novas subscrições não chegaram aos 30 milhões de euros. A baixa taxa de remuneração pode explicar esta fraca adesão. A taxa de juro bruta para novas subscrições tinha sido fixada em 1,556%, mas para Novembro o IGCP colocou a taxa de remuneração deste instrumento de poupança nos 1,58%. Não se esqueça que a rentabilidade dos Certificados de Aforro depende, em larga medida, da Euribor a três meses. A verdade é que a actual taxa de remuneração de base é reduzida e os consumidores têm disponíveis alternativas de poupança que apresentam valores bem mais elevados, tornando-se bem mais atractivos. É o caso, por exemplo, dos depósitos a prazo. Além disso, convém não esquecer que o dinheiro investido não está disponível nos primeiros três meses. O montante mínimo exigido é de 100 euros, já o máximo é de 250 mil euros. O consumidor ganha prémios de permanência.
Plano Poupança Reforma
Reembolsos penalizados
Além de garantirem um complemento para uma reforma mais confortável permitem deduzir o investimento no IRS. Os benefícios fiscais mantêm-se inalterados de acordo com a proposta do Orçamento do Estado de 2012 – benefício máximo de 100 euros – mas o reembolso vai ficar mais caro já a partir do próximo ano. O governo pretende penalizar os portugueses que pretendam resgatar o PPR fora das condições previstas. Além de ver tributados os benefícios que gozou vai também ser sujeito ao pagamento de uma “multa”. Ou seja, quem pedir o reembolso antecipado das aplicações terá de devolver o benefício fiscal que beneficiou, declarando-o às Finanças na declaração de IRS. Paga mais 10% por cada ano. Feitas as contas, um contribuinte que tivesse aplicado dois mil euros há três anos, abatendo à colecta 400 euros teria de devolver esta quantia mais 40 euros por cada ano decorrido. Mas existem excepções. Não existirá penalização se o resgate ocorrer em caso de morte, doença grave ou desemprego prolongado. Ou desde que tenha sido realizado cinco anos depois da aplicação desde que o contribuinte tenha 60 anos ou tenha a reforma por velhice.
Ouro
Proteger poupanças
Este metal precioso continua a ser uma referência durante as épocas de crise, principalmente nesta altura em que se vive uma grande instabilidade no sector financeiro e na dívida pública. No entanto, de acordo com a Associação de Defesa do Consumidor (Deco), “o brilho do ouro poderá eclipsar-se porque não há garantia de rendimento futuro”. A explicação é simples: a segunda metade de Setembro provou que este metal precioso, embora seja negociado como valor refúgio por muitos investidores, não está isento de quedas. Nesta altura, o preço do metal desvalorizou cerca de 10%, ou seja, o pior registo para o ouro desde 1983. Mas há quem continue a optar por este investimento. Muitos consumidores continuam a ver o ouro como forma ideal de protegerem as suas poupanças e de fugirem de alguns riscos. É o caso, por exemplo, de Portugal ser obrigado a abandonar o euro ou se o sistema financeiro entrar em colapso. Não se esqueça, no entanto, de ter cuidado com o local e o preço do ouro onde fizer a aquisição. Há sempre grandes diferenças nos valores de compra e venda. Analise muito bem, compare e tente fazer o melhor negócio.
Fundos
Risco moderado
Fundos imobiliários podem ser uma alternativa. Apresentam um rendimento potencial superior às taxas de curto prazo (Euribor) e é possível investir em imóveis com pequenos montantes. Por exemplo, 500 euros. Mas nem tudo são vantagens, pois não apresentam garantia de rendimento nem de capital. Aliás, uma das críticas que são feitas aos fundos de investimento imobiliário é a sua falta de transparência e a alegada pouca fiabilidade do seu valor, dependente de avaliações que obedecem a regras nem sempre claras. Os fundos de obrigações são outra opção para quem está a pensar em investir a médio e a longo prazo. Neste caso, beneficia de uma carteira de investimentos com alguma diversificação, o montante mínimo de investimento é reduzido e pode beneficiar com as taxas de longo prazo e os ganhos cambiais. No entanto, conte com um risco – baixo a médio/ /baixo – não há garantia de rendimento e arrisca-se a perder em caso de subida das taxas de juro de longo prazo.
Bolsa
Risco elevado
Investir em acções pode representar um bom negócio devido ao elevado potencial de valorização, mas o risco é elevado. Não há garantia de rendimento, nem de capital. Por isso, quem pensa que esta poderá ser uma boa alternativa para amealhar algum dinheiro terá de respeitar alguns regras antes de tomar uma decisão. O investidor pode fazer a compra individualmente quando este escolhe directamente as acções que deseja ou meio de fundos de acções, quando este compra unidades de participação de um fundo de acções. Os especialistas aconselham os interessados a fazer este investimento a prazo (pelo menos a cinco anos) para as ultrapassar as flutuações do mercado. Não se esqueça da regra “do dividir para reinar”, ao escolher títulos de diferentes países e sectores, consegue reduzir as flutuações do investimento. Tenha em conta o intermediário financeiro que escolhe, saiba que uma escolha acertada pode ser uma poupança de muitos euros.