Lisboa, 06 out (Lusa) — O poeta e crítico literário José Mário Silva classificou hoje a atribuição do Prémio Nobel da Literatura ao poeta sueco Tomas Transtroemer como “um ato de justiça” que, espera, impulsione a publicação da sua obra em Portugal.
“Acho que é um ato de justiça, porque ele é, sem dúvida, um dos maiores poetas vivos e é o maior poeta sueco vivo. Há muitos anos que a Suécia não tinha um Nobel — há quase 40 anos — e, sobretudo, há 15 anos que o Nobel não era dado a um poeta. Foi dado ao Saramago e ao Pinter, que também escreveram poesia, mas a última poeta a quem foi atribuído foi Wislawa Szymborska, em 1996”, disse hoje à Lusa José Mário Silva.
“A ser dado a um poeta — prosseguiu -, acho que fica muito bem entregue ao Transtroemer, que é um homem que vive agora recolhido numa ilha longe de tudo, mas que tem uma poesia que está muito traduzida pelo mundo todo, em mais de 30 línguas, mas não está publicada em português. Há algumas edições em Espanha, há muitas traduções para inglês — que foi como eu a conheci — mas, infelizmente, há poucos poemas traduzidos para português e não há nenhum livro publicado em Portugal”.