A esquerda e as pensões mínimas. Não pode ser


Quando Paulo Portas fez campanhas eleitorais dirigidas contra os beneficiários do então chamado rendimento mínimo garantido, a esquerda chocou-se, e bem. Basicamente, Portas denunciava pelas feiras que quem vivia do “rendimento mínimo” não precisava disso para nada, que devia era trabalhar.


A prestação social desenhada por António Guterres foi alvo das maiores calúnias: servia para os “madraços” viverem à conta do Estado. Portas conseguiu vários votos com isso – num paísde pobres, faz-se um vistaço a pôr pobres contra pobres.

Este Orçamento do Estado está a conseguir fazer o mesmo, curiosamente sem que grandes críticas à esquerda sejam muito audíveis. Já se percebia que havia um preconceito contra as pensões mínimas do primeiro-ministro, confirmado pelo ministro da Segurança Social. As pensões mínimas sociais e rurais, pelos vistos, a avaliar pelos discursos do governo, andam a alimentar “ricos”. “Nem todos são pobres”, disse o primeiro-ministro na entrevista ao “Público”, recuperando os argumentos contra o “rendimento mínimo”do tempo de Paulo Portas.

Terá sido porque “nem todos são pobres” que o governo decidiu deixar de fora dos prometidos aumentos de pensões precisamente as pensões mínimas sociais e rurais? O argumento de que já foram aumentadas por Passos Coelho e Paulo Portas é pouco mais do que ridículo, porque os aumentos foram ridículos. Estamos a falar de pensionistas que recebem valores na ordem dos 200 euros. A acusação é que não contribuíram para as reformas que recebem: mas quem tiver conhecimentos históricos do que era a realidade nacional quando aqueles pensionistas eram jovens devia abster-se de considerações económico-morais. É revoltante que um governo de esquerda deixe estes pensionistas de fora, ao mesmo tempo que vai divulgando a tese de que não são, afinal, tão pobres assim – repetindo, anos depois, a conversa de Portas sobre os do “rendimento mínimo”. 


A esquerda e as pensões mínimas. Não pode ser


Quando Paulo Portas fez campanhas eleitorais dirigidas contra os beneficiários do então chamado rendimento mínimo garantido, a esquerda chocou-se, e bem. Basicamente, Portas denunciava pelas feiras que quem vivia do “rendimento mínimo” não precisava disso para nada, que devia era trabalhar.


A prestação social desenhada por António Guterres foi alvo das maiores calúnias: servia para os “madraços” viverem à conta do Estado. Portas conseguiu vários votos com isso – num paísde pobres, faz-se um vistaço a pôr pobres contra pobres.

Este Orçamento do Estado está a conseguir fazer o mesmo, curiosamente sem que grandes críticas à esquerda sejam muito audíveis. Já se percebia que havia um preconceito contra as pensões mínimas do primeiro-ministro, confirmado pelo ministro da Segurança Social. As pensões mínimas sociais e rurais, pelos vistos, a avaliar pelos discursos do governo, andam a alimentar “ricos”. “Nem todos são pobres”, disse o primeiro-ministro na entrevista ao “Público”, recuperando os argumentos contra o “rendimento mínimo”do tempo de Paulo Portas.

Terá sido porque “nem todos são pobres” que o governo decidiu deixar de fora dos prometidos aumentos de pensões precisamente as pensões mínimas sociais e rurais? O argumento de que já foram aumentadas por Passos Coelho e Paulo Portas é pouco mais do que ridículo, porque os aumentos foram ridículos. Estamos a falar de pensionistas que recebem valores na ordem dos 200 euros. A acusação é que não contribuíram para as reformas que recebem: mas quem tiver conhecimentos históricos do que era a realidade nacional quando aqueles pensionistas eram jovens devia abster-se de considerações económico-morais. É revoltante que um governo de esquerda deixe estes pensionistas de fora, ao mesmo tempo que vai divulgando a tese de que não são, afinal, tão pobres assim – repetindo, anos depois, a conversa de Portas sobre os do “rendimento mínimo”.