A cepa torta


Há mais de 30 anos que a economia portuguesa rasteja, com ou sem euro, com ou sem juros baixos. Enquanto o Estado não baixar radicalmente as despesas, reduzir a carga fiscal e liberalizar o mercado de trabalho, Portugal não passa da cepa torta


Esta semana, mais uma vez, um relatório do FMI deixou as baratas tontas nacionais, apoiantes ou não da geringonça, de cabeça perdida. Estas baratas tontas, socialistas e sociais-democratas, que andam há mais de 30 anos a mexer na massa e não conseguiram nem conseguem transformar o país numa economia de mercado, moderna, atrativa e com mobilidade social, ficaram furiosas com o documento elaborado pelo departamento liderado por Vítor Gaspar, sim, o mesmo que em 2012 anunciou aos portugueses um enorme aumento de impostos e não foi capaz de impor ao então governo de coligação uma forte agenda de reformas no Estado.

Algumas das baratas, que andam a enganar os portugueses há mais de 30 anos com os seus falhados modelos económicos, chegaram ao ponto de sugerir que estes relatórios não deviam ser tornados públicos. Pudera. Como se compreende esta súbita tentação censória de gente que passa sempre pelos pingos da chuva, volta impunemente ao local do crime e comete sistematicamente os mesmos erros, com dolo ou sem dolo. Acontece que o modelo económico defendido por estas baratas tontas, de esquerda e direita, falhou. O que é inacreditável é continuarem a insistir.

O resultado está à vista de todos. Economia estagnada, dívida altíssima, quase a chegar ao insustentável, e défices das contas do Estado sempre acima dos 3%. Perante esta realidade, as baratas tontas atiram-se à política das décimas das instituições europeias. Para estas cabecinhas pensadoras, não interessa um défice inferior a 3%, nulo ou mesmo contas positivas. A engraçadinha Mortágua, que entrou recentemente no clube das baratas tontas que atiraram e atiram este país para a pobreza e a miséria, chegou mesmo a dizer que um défice de 2,5% não permitia um crescimento económico.

Esta gentinha, de direita e esquerda. ficou muito zangada com Vítor Gaspar e o FMI apenas por uma simples razão: odeiam a verdade e ainda mais a realidade. O que o FMI veio dizer a semana passada não é novidade para ninguém. É um disco repetido há mais de 30 anos e que as luminárias lusas pura e simplesmente não querem ouvir. Por surdez, estupidez, medo ou preconceito ideológico. O FMI recomenda a redução da despesa do Estado. A sério, não a brincar.

Redução de serviços, estruturas, funcionários, e também dos salários dos servidores do Estado, a massa eleitoral privilegiada dos socialistas, que vai receber em 2017 os salários por inteiro e ver aumentados os subsídios de refeição. Os mesmos que foram aumentados 2,9% em 2009 quando o mundo estava a cair com a crise financeira e a recessão económica. O que o FMI recomenda é que se alterem os pagamentos de reformas e pensões, nomeadamente as que não resultam de carreiras contributivas.

O que o FMI propõe é o repensar de alto a baixo dos apoios sociais. Abonos de família, complemento para idosos, rendimento social de inserção, inventado em má hora pelo futuro secretário-geral das Nações Unidas, só para falar nos mais conhecidos e onerosos para os contribuintes.

O que o FMI sugere é que o Estado tenha a coragem, depois de se reformar, de baixar significativamente a brutal carga fiscal que não para de atormentar quem trabalha, quem investe e dá emprego a milhares e milhares de portugueses.

O que o FMI recomenda é que se volte a mexer nas leis laborais para as tornar mais liberais e menos castradoras. Leis que libertem trabalhadores e empresas da opressão sindical, dos contratos coletivos de trabalho e de toda uma malha perniciosa que afeta o mercado de trabalho e a mobilidade social. O que o FMI propõe a esta gentinha que tem conduzido Portugal para a desgraça nestes últimos 30 anos é que o Estado se reduza à sua insignificância e deixe a economia respirar.

O que o FMI tenta dizer a esta gentinha é que Portugal não tem futuro com os modelos repetidos pela esquerda e direita nestes 30 anos de democracia.

O que o FMI quer dizer aos portugueses é que o futuro será de pobreza e miséria, com crescimentos sempre abaixo da média europeia até 2021 se estes indigentes que nos governam há demasiado tempo continuarem a seguir as mesmas políticas.

O FMI alertou os portugueses que o seu país estará na cauda da Europa em matéria de crescimento em 2021, terá o maior défice das contas públicas da Zona Euro e a segunda dívida pública, só ultrapassado pela inevitável Grécia. Mas as recomendações repetidas agora pelo FMI e por outras instituições caem sempre em saco roto.

Investimento público, mais investimento público, mais despesa do Estado, mais défice, mais juros, mais impostos, menos economia, menos trabalho, mais desgraça, mais miséria, mais subsídios para a pobreza, mais apoios sociais para a miséria. É esta a receita criminosa dos políticos de esquerda e direita que governam o país há mais de 30 anos.

É esta a receita que já levou o país três vezes à bancarrota e que a atual geringonça no poder está a levar a cabo com muita alma e coração para levar Portugal de novo ao fundo. O segundo resgate está mais próximo do que se julga e do que a propaganda oficial e oficiosa da geringonça anda a vender aos portugueses.

O país está por um fio, ao contrário do que gritam todos os dias os irresponsáveis Costa e Marcelo. Portugal não tem, como raramente teve nestes mais de 30 anos, o destino nas mãos.

O futuro de Portugal e dos portugueses está nas mãos do Banco Central Europeu e de uma agência de rating canadiana. Um triste futuro que é uma triste sina de um país que saltou da ditadura para a selva democrática de esquerda.