De vento em popa a caminho de mais um resgate


A dívida sobe, as exportações caem a pique, o investimento afunda e os juros estão por um fio, à espera da agência de rating canadiana. António Costa ri e dá música aos portugueses nas vésperas de o país embater de frente contra o icebergue.


Contra factos não há argumentos. Bem pode a geringonça comandada por António Costa dar música aos portugueses e gabar-se da reposição de rendimentos e das conquistas dos trabalhadores. A realidade começa a impor-se à propaganda gritada pela esquerda fandanga que assaltou o poder em novembro de 2015, depois de ter sido vergonhosamente derrotada nas urnas.

Sexta-feira, o INE veio pregar mais uns pregos na geringonça com os dados das exportações e das importações. As vendas ao exterior caíram 4,6%, a maior queda em mais de dois anos, e as importações desceram 7,2%, um sinal óbvio do afundamento do investimento. É a economia a morrer, é o país a caminhar de novo a passos largos para o abismo. Os avisos são mais do que muitos e vêm de muitos lados. O “Financial Times” alertou a semana passada para a tempestade perfeita com um cenário aterrador. A dívida pública continua a crescer e os juros no mercado secundário, mesmo com a preciosa ajuda do BCE, estão bem mais altos do que os de outras economias e estão dependentes do rating da agência canadiana que tem sido o anjo da guarda de Portugal há muitos anos.

Acontece que em outubro, mais precisamente no dia 21, a agência vai rever o rating nacional já com a proposta do Orçamento do Estado em cima da mesa e as exigências públicas da Comissão Europeia sobre as medidas adicionais ainda para este ano. Acontece que a agência canadiana pode muito bem manter o rating da dívida acima do lixo, mas diminuir as perspetivas de estáveis para negativas. Se tal acontecer vai começar uma verdadeira tormenta para a dívida portuguesa e tudo se pode precipitar muito rapidamente. Ainda por cima, na sexta-feira, a Comissão Europeia, pela voz do comissário Moscovici, veio dizer claramente que Bruxelas quer mesmo suspender os fundos estruturais de Portugal e Espanha. É neste contexto que começam a ser patéticas as intervenções otimistas de Costa e também de Marcelo, que juram estar tudo bem no reino da geringonça e, por tabela, em Portugal. Um novo resgate em 2017, o quarto em 40 anos de democracia, seria bem pior do que os anteriores.

O empréstimo de mais umas dezenas de mil milhões de euros seria acompanhado de um pacote violento de reformas e medidas de austeridade que qualquer governo teria dificuldade em pôr em prática. Além disso, o empréstimo europeu seria necessariamente acompanhado de mais uma fatia de dinheiro do FMI, que iria impor um perdão de dívida aos privados. Um desastre total, até porque só os bancos portugueses têm em seu poder 19% da dívida pública portuguesa. Perante este cenário aterrador seria normal o governo tomar medidas sérias e antecipar-se ao desastre. Mas não. A geringonça no seu melhor promete mundos e fundos aos portugueses como se tivesse descoberto em segredo umas minas de ouro.

Ele é um novo aumento do salário mínimo e dos ordenados dos funcionários públicos, admissões de pessoal em todos os serviços para compensar o crime das 35 horas e, claro, o fim da sobretaxa do IRS e dos cortes nas pensões mais altas. Vai assim a propaganda do governo e da geringonça mas, nos gabinetes governamentais, as receitas são outras e já ninguém sabe quem mente mais.

O inexistente ministro da Economia descaiu-se numa entrevista e admitiu aumentos de IRS para a classe média. Em pânico saiu Mário Centeno do seu cantinho escuro para desmentir o colega e garantir que não haverá mexidas no IRS em 2017. Mas lá deixou cair a novidade de voltar a subir os impostos indiretos no próximo ano. Mentem, desmentem, enganam, martelam execuções orçamentais, atrasam pagamentos, enfim, são os socialistas a fazerem aquilo em que são verdadeiros artistas desde que puseram pela primeira vez o pé no poder, neste Portugal democrático, pobre, manhoso, com a mania das grandezas, a moeda única que nos ia tornar alemães e a triste sina de cair na falência, de viver sempre da caridade alheia, de andar de cara alegre e mão estendida. É evidente que os três partidos que assaltaram o poder em novembro de 2015 não vão fazer ondas para aprovar o Orçamento do Estado para 2017.

É evidente que BE e PCP vão aceitar as exigências de Bruxelas de mais medidas adicionais para reduzir o défice nominal e o défice estrutural. É evidente que a geringonça vai andar por aí a repetir os velhos slogans que têm matado este pais e condenado os portugueses à pobreza permanente. É evidente que os três partidos se vão manter fiéis na sua luta contra a economia de mercado, a iniciativa privada e a livre iniciativa. É evidente que os três partidos vão continuar a fazer tudo para manterem bem longe do país o investimento estrangeiro e travarem o pouco investimento privado nacional disponível.

É evidente que os três partidos vão atacar a classe média em nome da redução das desigualdades sociais. É evidente que os três partidos vão atirar Portugal para mais uns tristes e longos anos de miséria, desemprego e emigração. É evidente que os três partidos só vão largar o poder se houver uma maioria absoluta de sinal contrário. É evidente que os três partidos estão dispostos a tudo para evitar uma derrota eleitoral e já escolheram os seus alvos eleitorais.

Para isso estão dispostos a privilegiar os funcionários públicos e os mais pobres, com benesses em cima de benesses, uma compra permanente de votos que lhes garanta o poder. De uma vez por todas e para que não restem dúvidas. Portugal, a economia, o nível de vida da classe média não interessam nada a esta gente. Esta gentinha quer o poder para fazer o que sempre fez: tornar a vida dos portugueses um inferno.
Jornalistaf


De vento em popa a caminho de mais um resgate


A dívida sobe, as exportações caem a pique, o investimento afunda e os juros estão por um fio, à espera da agência de rating canadiana. António Costa ri e dá música aos portugueses nas vésperas de o país embater de frente contra o icebergue.


Contra factos não há argumentos. Bem pode a geringonça comandada por António Costa dar música aos portugueses e gabar-se da reposição de rendimentos e das conquistas dos trabalhadores. A realidade começa a impor-se à propaganda gritada pela esquerda fandanga que assaltou o poder em novembro de 2015, depois de ter sido vergonhosamente derrotada nas urnas.

Sexta-feira, o INE veio pregar mais uns pregos na geringonça com os dados das exportações e das importações. As vendas ao exterior caíram 4,6%, a maior queda em mais de dois anos, e as importações desceram 7,2%, um sinal óbvio do afundamento do investimento. É a economia a morrer, é o país a caminhar de novo a passos largos para o abismo. Os avisos são mais do que muitos e vêm de muitos lados. O “Financial Times” alertou a semana passada para a tempestade perfeita com um cenário aterrador. A dívida pública continua a crescer e os juros no mercado secundário, mesmo com a preciosa ajuda do BCE, estão bem mais altos do que os de outras economias e estão dependentes do rating da agência canadiana que tem sido o anjo da guarda de Portugal há muitos anos.

Acontece que em outubro, mais precisamente no dia 21, a agência vai rever o rating nacional já com a proposta do Orçamento do Estado em cima da mesa e as exigências públicas da Comissão Europeia sobre as medidas adicionais ainda para este ano. Acontece que a agência canadiana pode muito bem manter o rating da dívida acima do lixo, mas diminuir as perspetivas de estáveis para negativas. Se tal acontecer vai começar uma verdadeira tormenta para a dívida portuguesa e tudo se pode precipitar muito rapidamente. Ainda por cima, na sexta-feira, a Comissão Europeia, pela voz do comissário Moscovici, veio dizer claramente que Bruxelas quer mesmo suspender os fundos estruturais de Portugal e Espanha. É neste contexto que começam a ser patéticas as intervenções otimistas de Costa e também de Marcelo, que juram estar tudo bem no reino da geringonça e, por tabela, em Portugal. Um novo resgate em 2017, o quarto em 40 anos de democracia, seria bem pior do que os anteriores.

O empréstimo de mais umas dezenas de mil milhões de euros seria acompanhado de um pacote violento de reformas e medidas de austeridade que qualquer governo teria dificuldade em pôr em prática. Além disso, o empréstimo europeu seria necessariamente acompanhado de mais uma fatia de dinheiro do FMI, que iria impor um perdão de dívida aos privados. Um desastre total, até porque só os bancos portugueses têm em seu poder 19% da dívida pública portuguesa. Perante este cenário aterrador seria normal o governo tomar medidas sérias e antecipar-se ao desastre. Mas não. A geringonça no seu melhor promete mundos e fundos aos portugueses como se tivesse descoberto em segredo umas minas de ouro.

Ele é um novo aumento do salário mínimo e dos ordenados dos funcionários públicos, admissões de pessoal em todos os serviços para compensar o crime das 35 horas e, claro, o fim da sobretaxa do IRS e dos cortes nas pensões mais altas. Vai assim a propaganda do governo e da geringonça mas, nos gabinetes governamentais, as receitas são outras e já ninguém sabe quem mente mais.

O inexistente ministro da Economia descaiu-se numa entrevista e admitiu aumentos de IRS para a classe média. Em pânico saiu Mário Centeno do seu cantinho escuro para desmentir o colega e garantir que não haverá mexidas no IRS em 2017. Mas lá deixou cair a novidade de voltar a subir os impostos indiretos no próximo ano. Mentem, desmentem, enganam, martelam execuções orçamentais, atrasam pagamentos, enfim, são os socialistas a fazerem aquilo em que são verdadeiros artistas desde que puseram pela primeira vez o pé no poder, neste Portugal democrático, pobre, manhoso, com a mania das grandezas, a moeda única que nos ia tornar alemães e a triste sina de cair na falência, de viver sempre da caridade alheia, de andar de cara alegre e mão estendida. É evidente que os três partidos que assaltaram o poder em novembro de 2015 não vão fazer ondas para aprovar o Orçamento do Estado para 2017.

É evidente que BE e PCP vão aceitar as exigências de Bruxelas de mais medidas adicionais para reduzir o défice nominal e o défice estrutural. É evidente que a geringonça vai andar por aí a repetir os velhos slogans que têm matado este pais e condenado os portugueses à pobreza permanente. É evidente que os três partidos se vão manter fiéis na sua luta contra a economia de mercado, a iniciativa privada e a livre iniciativa. É evidente que os três partidos vão continuar a fazer tudo para manterem bem longe do país o investimento estrangeiro e travarem o pouco investimento privado nacional disponível.

É evidente que os três partidos vão atacar a classe média em nome da redução das desigualdades sociais. É evidente que os três partidos vão atirar Portugal para mais uns tristes e longos anos de miséria, desemprego e emigração. É evidente que os três partidos só vão largar o poder se houver uma maioria absoluta de sinal contrário. É evidente que os três partidos estão dispostos a tudo para evitar uma derrota eleitoral e já escolheram os seus alvos eleitorais.

Para isso estão dispostos a privilegiar os funcionários públicos e os mais pobres, com benesses em cima de benesses, uma compra permanente de votos que lhes garanta o poder. De uma vez por todas e para que não restem dúvidas. Portugal, a economia, o nível de vida da classe média não interessam nada a esta gente. Esta gentinha quer o poder para fazer o que sempre fez: tornar a vida dos portugueses um inferno.
Jornalistaf