Economia portuguesa desacelera e diverge da Europa

Economia portuguesa desacelera e diverge da Europa


O organismo liderado por Carlos Costa antecipa que a atividade económica apresente uma “recuperação moderada ao longo do período 2016-2018, ligeiramente inferior à projetada para a área do euro”


O Banco de Portugal (BdP) prevê que o PIB cresça este ano 1,3%, de acordo com o boletim económico publicado hoje. Trata-se de uma revisão em baixa face à anterior previsão de 1,5%, que por sua vez já resultava de uma revisão em baixa da projeção de há um ano, de 1,7%.

No relatório de hoje, o organismo liderado por Carlos Cosrta antecipa que a atividade económica apresente uma “recuperação moderada ao longo do período 2016-2018, ligeiramente inferior à projetada para a área do euro”.

Depois do abrandamento do crescimento deste ano, o BdP estima um crescimento médio anual de 1,6% em 2017 e de 1,5% em 2018. No final do horizonte de projeção,  o PIB estará “próximo mas ainda inferior ao observado antes da crise financeira.

Segundo o BdP, o motor das exportações está a dar sinais de . Depois de um crescimento de 5,2%, as vendas ao exterior “deverão perder dinamismo em 2016”, com um crescimento projetado de 1,6%, “recuperando ritmos de crescimento mais robustos em 2017 e em 2018”, de cerca de 4,7%.

Projeta-se ainda uma recuperação gradual da procura interna, com um crescimento médio de 1,7%. O consumo privado deverá crescer 2,1% em 2016 e desacelerar em 2017 e em 2018, com crescimentos de 1,7% e 1,3%, em linha com "a evolução do rendimento disponível real e num quadro de diminuição do serviço da dívida das famílias".

No investimento, não há boas notícias. Depois de um crescimento de 3,9%  em 2015, a formação bruta de capital fixo deverá ter um “aumento residual” em 2016, ao qual se seguirão “crescimentos robustos” de 4,3% e de 4,6%  em 2017 e 2018, respetivamente.

De acordo com as projeções, a economia portuguesa manterá capacidade de financiamento ao longo do horizonte. O saldo conjunto da balança corrente e de capital deverá atingir 1,9% do PIB em 2016 e estabilizar em 1,6 por cento do PIB em 2017 e 2018, refletindo “o aumento da taxa de poupança do total da economia e da taxa de investimento”.