35 horas. Costa a fazer-nos de parvos


Ontem passou na televisão, mais uma vez, aquela espécie de comício no Porto em que António Costa empunhou um exemplar deste jornal que tinha como manchete “Governo adia 35 horas até ao fim do ano para satisfazer Bruxelas”. Costa desmentiu, na altura, a notícia e deu a garantia, alegadamente definitiva, que a 1 de julho…


Por azar dos Távoras, o seu ministro das Finanças, Mário Centeno, precisamente nesse mesmo sábado, dava uma entrevista ao “Expresso” em que se recusava a comprometer-se com a entrada em vigor das 35 horas. Estávamos a 6 de fevereiro quando se deu esta primeira contradição pública entre primeiro-ministro e ministro das Finanças a propósito de um assunto relativamente ao qual nunca mais se entenderam. Se num debate parlamentar posterior, António Costa deixou Mário Centeno dar a sua “não resposta” quando interrogado sobre a data de entrada em vigor das 35 horas, esta semana veio proclamar com a mesma certeza de 6 de fevereiro que a medida iria entrar em vigor a 1 de julho para “todos” os funcionários públicos. Ah, e “não percebia a polémica”.

Infelizmente, António Costa está a querer fazer-nos de parvos. É irritante quando um primeiro-ministro tenta fazer passar o povo que o elegeu – sim, elegeu a maioria da geringonça – por parvo. Se o ministro das Finanças não pode garantir a entrada em vigor das 35 horas, que está dependente do não aumento de despesa, como pode o primeiro-ministro garantir? Este jogo de sombras começa a tornar-se um bocado ridículo. Os dois, Costa e Centeno, estão em evidente colisão neste assunto. Não dizem as mesmas coisas. Até o PS, de que António Costa é secretário-geral, não diz a mesma coisa: apresentou um projeto em que esteve até dezembro a aplicação do regime das 35 horas.

Porque se diz Costa então “surpreendido com a polémica”, fazendo-nos passar por parvos? Isto não é “habilidade política”, é só o chamado gozar com o pagode.


35 horas. Costa a fazer-nos de parvos


Ontem passou na televisão, mais uma vez, aquela espécie de comício no Porto em que António Costa empunhou um exemplar deste jornal que tinha como manchete “Governo adia 35 horas até ao fim do ano para satisfazer Bruxelas”. Costa desmentiu, na altura, a notícia e deu a garantia, alegadamente definitiva, que a 1 de julho…


Por azar dos Távoras, o seu ministro das Finanças, Mário Centeno, precisamente nesse mesmo sábado, dava uma entrevista ao “Expresso” em que se recusava a comprometer-se com a entrada em vigor das 35 horas. Estávamos a 6 de fevereiro quando se deu esta primeira contradição pública entre primeiro-ministro e ministro das Finanças a propósito de um assunto relativamente ao qual nunca mais se entenderam. Se num debate parlamentar posterior, António Costa deixou Mário Centeno dar a sua “não resposta” quando interrogado sobre a data de entrada em vigor das 35 horas, esta semana veio proclamar com a mesma certeza de 6 de fevereiro que a medida iria entrar em vigor a 1 de julho para “todos” os funcionários públicos. Ah, e “não percebia a polémica”.

Infelizmente, António Costa está a querer fazer-nos de parvos. É irritante quando um primeiro-ministro tenta fazer passar o povo que o elegeu – sim, elegeu a maioria da geringonça – por parvo. Se o ministro das Finanças não pode garantir a entrada em vigor das 35 horas, que está dependente do não aumento de despesa, como pode o primeiro-ministro garantir? Este jogo de sombras começa a tornar-se um bocado ridículo. Os dois, Costa e Centeno, estão em evidente colisão neste assunto. Não dizem as mesmas coisas. Até o PS, de que António Costa é secretário-geral, não diz a mesma coisa: apresentou um projeto em que esteve até dezembro a aplicação do regime das 35 horas.

Porque se diz Costa então “surpreendido com a polémica”, fazendo-nos passar por parvos? Isto não é “habilidade política”, é só o chamado gozar com o pagode.