Os influenciadores ou rabos e mamas
Basta uma pequena pesquisa pelos perfis de certas meninas que nos enviam mensagens para ver que para elas trabalhar uma marca parceira ou comunicá-la, resume-se a colocarem rabos empinados e decotes até ao umbigo sobrando um cantinho para se ver ao fundo um qualquer produto.
É uma das grandes (novas) profissões deste início do século. Os influenciadores, ou instagrammers, são basicamente pessoas, como diz a própria palavra, que conseguem influenciar outros a escolher determinados produtos, sejam viagens, hotéis, cremes, produtos de limpeza, de tudo um pouco. No grupo onde trabalho recebemos dezenas (sim são mesmo dezenas) de pedidos todos os dias, pessoas de todo o mundo que se intitulam de influencers (o nome em inglês fica mais pomposo) e que nos pedem para colaborarmos com os mesmos. Ou seja, oferecemos uma, duas, três noites, no hotel e eles comprometem-se a divulgar e comunicar o mesmo nas suas redes sociais. Uns enviam uns gráficos dando conta do seu posicionamento e do tipo de público, outros nem isso. Alguns enviam em detalhe o que pretendem fazer, outros vão mesmo diretos ao assunto e só perguntam se fazemos colaborações assim tipo mercearia.
Confesso que não sou grande adepto do serviço. Acho que salvo raras excepções, as publicações feitas não trazem o retorno anunciado, não me lembro sequer de ter chegado alguém a dizer que marcou porque viu no Instagram de A ou B, acredito que noutro tipo de produtos seja diferente, não sei, não tenho dados para isso. Nas raras situações em que acedo a fazer a referida parceria, é mais com o intuito de criar conteúdos novos para publicar nas redes do grupo do que propriamente à espera de novos clientes. Ou seja, procuro quem tenha pelo menos o mínimo de noção do que é uma fotografia de qualidade, que saiba editar e trabalhar os brilhos ou as cores das mesmas para que o resultado seja digno de ser partilhado nas nossas e que as próprias pessoas apareçam em bom, uma vez que no nosso entender, é muito mais real e causa mais impacto, tirar fotografias com pessoas a viver o espaço do que dos mesmos, sem vida, que podem ser preferíveis para um catalogo mas não para uma rede social.
Mais importante do que tudo isto, pedimos também que tenham sensibilidade e noção. E se há muito boa gente que não sabe fotografar existem outros que são reis e rainhas da falta dela. Basta uma pequena pesquisa pelos perfis de certas meninas que nos enviam mensagens para ver que para elas trabalhar uma marca parceira ou comunicá-la, resume-se a colocarem rabos empinados e decotes até ao umbigo sobrando um cantinho para se ver ao fundo um qualquer produto. Algumas parecem nem ter 18 anos e já têm instagram’s que mais parecem contas do OnlyFans. Não que eu tenha alguma coisa a ver com o assunto. Longe disso, cada pessoa que faça o que quiser com o seu corpo, a verdade é que vendem por aí a ideia de que basta ter muitos seguidores (e colocar fotografias ousadas é sem dúvida uma forma fácil de os ganhar) para se conseguir viajar pelo mundo, conhecer destinos paradisíacos e não fazer nenhum para o resto da vida.
Como em tudo na vida também esta área mesmo que recente está a mudar. As marcas já não cedem a qualquer tipo de promoção, procuram perceber o que lhes traz resultados e tentam mesurar cada vez mais o retorno. Definem uma estratégia. Porque isto é tudo muito bonito mas estas operações acarretam sempre custos para algum lado. Oferecer um produto, uma viagem ou um quarto de hotel tem custos e quem segue pessoas que só metem mamas e rabos procura apenas e só corpos e está-se pouco marimbando para o que está lá ao fundo.