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Homicídio em Peniche. Adolescente manteve irmã morta durante "dois ou três dias" dentro de casa

Homicídio em Peniche. Adolescente manteve irmã morta durante "dois ou três dias" dentro de casa

Jornal i 15/09/2023 11:04

Mãe das jovens não era “presença assídua no domicilio” e família estava sinalizada pela CPCJ.

A jovem, de 16 anos, suspeita de matar a irmã de 19, em Peniche, manteve o corpo da vítima em casa “dois ou três dias” e só mais tarde é que o enterrou, revelou o diretor da Polícia Judiciária (PJ) de Leiria, Avelino Lima, em conferência de imprensa sobre o caso.

“Os factos terão ocorrido no dia 15 de agosto” e o corpo “terá sido sepultado dois ou três dias depois”, afirmou, adiantando que durante esse tempo ficou “em decomposição no domicilio”.

"Agora, só após uma perícia médico-legal, podemos ser mais objetivos e determinados no tipo de violência que ocorreu e em outros elementos que vão certamente ser úteis para uma apreciação global do acontecimento" acrescentou, sublinhando que a “arma do crime é uma faca perfeitamente comum de uso doméstico que não foi localizada”.

Recorde-se que a jovem de 16 anos foi detida e acabou por confessar o crime e que está indiciada por “homicídio na forma qualificada e por profanação de cadáver” sendo apresentada na sexta-feira a juiz para aplicação das medidas de coação.

Na mesma conferência de imprensa, o diretor da PJ explicou que a mãe das duas jovens não era uma “presença assídua no domicilio” e que estas viviam com o pai, que acabou por não desconfiar de nada “até porque a informação que lhe foi prestada tinha alguma credibilidade: uma jovem de 19 anos deslocar-se para junto do hipotético namorado não é um facto que merecesse, numa primeira abordagem, uma desconfiança” disse.

Avelino Lima referiu ainda que família estava sinalizada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Peniche, mas não por maus-tratos. "Era uma família necessitada de apoio, apenas", precisou.

Sobre a idade da suspeita, o responsável reconheceu que é "completamente incomum" e sublinhou que as autoridades têm assistido "a uma grande intolerância dos jovens para com o confronto" e que passam "facilmente à violência".

"Basta ver a criminalidade com utilização de armas brancas associada à delinquência juvenil, por exemplo. Isto é algo sobre o qual devíamos todos refletir. A tolerância está a desaparecer da nossa juventude", alertou.

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