02/06/2023
 
 

Sindicatos e patrões. O objetivo deve ser o mesmo

Na base dos sindicatos está a luta contra os patrões, algo que deve ser mudado, pois os interesses de ambos têm de ser coincidentes: os patrões devem querer resultados e os sindicatos devem exigir as devidas compensações pela concretização dos objetivos.

Têm o poder da rua e muitas vezes conseguem corrigir grandes injustiças salariais, mas os sindicatos portugueses não acompanharam os tempos e como diz António Chora, o líder histórico da Autoeuropa, é preciso haver uma renovação no discurso e nos propósitos da existência dos mesmos. É necessário implementar uma cultura de sucesso para se exigir as devidas compensações. O que se passa em Portugal é insólito, onde, por exemplo, os vários sindicatos da CP conseguem infernizar a vida de milhares de pessoas, optando por fazer greve à vez. Sem o revisor os comboios não andam, sem os funcionários das bilheteiras, idem, e por aí fora. Com estas manobras conseguem não perder dinheiro, pois a minoria que faz greve consegue que os outros não trabalhem, mas não deixam de receber. 

Tempos houve em que na PSP havia sindicatos com apenas um associado, além dos sindicalistas, mas ao fim do ano estes homens gozavam de regalias únicas, já que tinham trabalho sindical no Natal, na Páscoa e por aí fora. Era para isso que servia um sindicato? Logo na PSP onde os homens que deram a cara pelo movimento sindical sofreram represálias por quererem defender os direitos mais básicos dos seus elementos. Quem não se lembra dos secos contra os molhados, no célebre confronto entre polícias no Terreiro do Paço?

Na base dos sindicatos está a luta contra os patrões, algo que deve ser mudado, pois os interesses de ambos têm de ser coincidentes: os patrões devem querer resultados e os sindicatos devem exigir as devidas compensações pela concretização dos objetivos. Estarem de costas voltadas não faz grande sentido, mas também cabe ao patronato rever muitas das suas políticas. Quando o objetivo único é reduzir pessoas para ter mais lucros, algo vai mal. Que as empresas devem ser saudáveis financeiramente é elementar, mas as mesmas são feitas de trabalhadores que não merecem, em muitos casos, ganharem miseravelmente. Como diz António Chora, em Portugal fazem falta gestores alemães...

Os comentários estão desactivados.


×

Pesquise no i

×
 


Ver capa em alta resolução

iOnline