
O problema vai centrar-se ao nível da escassez de recursos humanos e o prolongar da guerra vai agudizar este problema.
Para o bem da humanidade o presidente americano irá sentar-se à mesa com Putin e negociar os termos que levarão à paz
No início da Guerra da Ucrânia, escrevi neste mesmo local, que a única solução para o fim do conflito só é possível quando o presidente norte americano, Joe Biden se sentar à mesa com Putin para negociarem os termos que conduzirão à paz.
Esta minha previsão, que ainda hoje mantenho, não tem em conta juízos éticos ou morais, resulta apenas da análise da capacidade militar e estratégica dos países em conflito. Qualquer democrata deseja uma vitória da Ucrânia, no entanto, uma coisa são desejos e aquilo que consideramos justo, outra é a realidade.
Os dados que podem ditar um vencedor estão todos do lado Russo. Em primeiro lugar, a Federação Russa tem uma capacidade militar muito superior ao seu oponente, desde logo por ser uma potência nuclear. Alguém imagina que uma potencia nuclear pode perder uma guerra com um país que não o é? A mim parece-me impossível.
Em segundo lugar, temos outro dado muito importante. A Rússia tem cerca de 150 milhões de habitantes e a Ucrânia 45 milhões. Os russos têm uma base de recrutamento três vezes maior que os ucranianos. Com o avançar da guerra os russos terão maior facilidade de repor as baixas, disso também não temos dúvidas.
As sanções económicas que o ocidente aplicou à Rússia, o armamento que tem disponibilizado às Forças Armadas ucranianas e o treino que têm ministrado aos soldados ucranianos, tem permitido equilibrar a correlação de forças no terreno, no entanto, por mais material que se envie não parece possível uma vitória ucraniana.
O problema vai centrar-se ao nível da escassez de recursos humanos e o prolongar da guerra vai agudizar este problema.
O dilema do ocidente é precisamente esse e quando falamos em ocidente estamos a falar nos Estados Unidos porque a União Europeia nas questões militares é, como se costuma dizer, um verbo de encher.
Os Estados Unidos têm consciência de que chegará o momento em que irão ter duas opções, ou entram na guerra com meios e homens e aí estamos perante aquilo que poderemos considerar uma III Guerra Mundial, com um fim imprevisível dado que o perigo do uso de armamento nuclear sobe consideravelmente, ou “forçam” a Ucrânia a negociar, provavelmente cedendo território aos russos.
Este é o dilema que se coloca ao Presidente Joe Biden e este sabe muito bem disso. Para o bem da humanidade o presidente americano irá sentar-se à mesa com Putin e negociar os termos que levarão à paz.
Um dia isto irá acontecer, apenas não sei qual será o interlocutor de Putin, se Joe Biden ou Donald Trump, mas uma coisa tenho a certeza, o desenrolar desta guerra terá um impacto importante nas eleições presidenciais americanas de janeiro de 2024.
A Guerra agudizou e de que maneira a tendência inflacionista que já se vinha verificando. A inflação obrigou os Bancos Centrais a aumentarem significativamente as taxas de juros, o que fez disparar os valores a pagar pelos créditos contraídos pelas famílias e empresas.
O custo de vida está a aumentar e como é natural os governos em funções começaram a ser contestados por isso.
Se até lá não houver um acordo de paz, este será o cenário em que se disputarão as eleições Presidenciais norte americanas. Veremos se antes da campanha eleitoral, Joe Biden irá apresentar ao mundo a caminho para a paz tão desejada.