Radicalismo estatista


O Estado, que é o maior proprietário em Portugal, não coloca no mercado de arrendamento o que é seu, mas quer dispor do que é dos outros.


O radicalismo das medidas para a habitação anunciadas pelo governo, se possível  na Venezuela, julgar-se-ia impossível numa nação civilizada da União Europeia. Portugal está transformado numa república de inspiração bolivariana.

O direito de propriedade está consagrado na Constituição da República como direito fundamental e Portugal está obrigado ao seu respeito, também por tratados internacionais. É bom que se tenha noção de que, em democracia, um Estado não impede os cidadãos de usarem e fruirem de forma plena, desde que legal, os respectivos bens, e todas as restrições são indemnizadas. É por isso que a pretenção do PS impor arrendamentos compulsivos, das casas alheias, é inominável.

Por seu lado, o golpe de morte lançado sobre o Alojamento Local, revela  um Estado que não é pessoa de bem. Não  é aceitável que tantos portugueses tenham sido chamados a contrair créditos e a aplicar poupanças no restauro  de edifícios degradados, fazendo do alojamento local uma actividade económica pujante, que ajudou à   recuperação de centros urbanos e a dar vida a aldeias, vilas e cidades,  para depois, no momento em que amortizavam  os investimentos, se lhes dizer, numa decisão unilateral, que vão ter de fechar portas. Aliás, se tivermos presente que o alojamento local representa 40% da oferta para o turismo, criou milhares de postos de trabalho e assegura milhões de euros de impostos, num país com poucos recursos financeiros, o devaneio governativo roça a insanidade política.

Este  comportamento, típico de regimes autoritários,  só estimulará a retirada de casas do mercado de arrendamento e a degradação acelerada do património imobiliário. Os cidadãos deixarão de investir na compra e recuperação de casas e quando as rendas não sejam consideradas adequadas, os proprietários, ponderados os impostos a pagar e o desgaste e depreciação decorrente da utilização por terceiros, farão tudo para manterem os imóveis devolutos, nem que seja com recurso a contractos fictícios de múltipla natureza.

Já agora,  o Estado, que é o maior proprietário em Portugal,  não coloca no mercado de arrendamento o que é seu, mas quer dispor do que é dos outros.

Arrendar, usar e fruir no todo, ou em parte, permanente, ou intermitentemente, dar de comodato, ou manter devolutas as habitações é uma decisão que só compete aos proprietários. Por muito que se queiram radicalizar à esquerda, ou competir com o BE e o PCP, o PS e o governo estão obrigado a agir dentro dos limites da Constituição e dos Tratados internacionais.

Finalmente, as  medidas apresentadas são, em si mesmas,  uma impressionante afirmação do fracasso da governação. Convirá recordar que há 7 anos, o primeiro-ministro anunciou um investimento público de 1.400 milhões de euros, que garantiria a construção de 7.500 casas com rendas acessíveis, que daria resposta à carência habitacional de 30.000 famílias. Aqui chegados, ficou-se pela propaganda.

Se o governo quer resolver o problema da habitação em Portugal, tem de ter os proprietários e os investidores como parceiros e não como alvo ideológico. A título de exemplo, o primeiro-ministro António Costa deveria ponderar o seguinte:

Inventário do património do Estado: vai sendo tempo do Estado determinar com exatidão quais os imóveis que detém, susceptíveis de serem colocados no mercado de arrendamento;

Parcerias público-privadas: quando não disponha de recursos financeiros próprios, o Estado pode recorrer a investidores  disponíveis para recuperar os imóveis, tendo como contrapartida a respectiva gestão no mercado de arrendamento a preços acordados, até à amortização dos custos e satisfação de contrapartidas negociais; 

Fim do AIMI, imposto sem justificação, que foi criado num contexto de “geringonça” e por imposição do BE;

Redução do valor da tributação dos rendimentos prediais em sede de IRS,  com maior descida nos casos de contratos de arrendamento de duração superior a 5 anos.

Redução do IVA para 6% na construção ou reabilitação de prédios destinados apenas a arrendamento para habitação, valor a manter por prazos nunca inferiores a 10 anos;

Isenção de IMT na compra de primeira habitação própria, para jovens até 35 anos.

Em condições normais seria assim. O problema  é que este PS tem  horror ao empreendedorismo e à livre iniciativa, e combate todas as novas formas de criação de riqueza, por puro preconceito ideológico.

 

Presidente CDS/PP

Radicalismo estatista


O Estado, que é o maior proprietário em Portugal, não coloca no mercado de arrendamento o que é seu, mas quer dispor do que é dos outros.


O radicalismo das medidas para a habitação anunciadas pelo governo, se possível  na Venezuela, julgar-se-ia impossível numa nação civilizada da União Europeia. Portugal está transformado numa república de inspiração bolivariana.

O direito de propriedade está consagrado na Constituição da República como direito fundamental e Portugal está obrigado ao seu respeito, também por tratados internacionais. É bom que se tenha noção de que, em democracia, um Estado não impede os cidadãos de usarem e fruirem de forma plena, desde que legal, os respectivos bens, e todas as restrições são indemnizadas. É por isso que a pretenção do PS impor arrendamentos compulsivos, das casas alheias, é inominável.

Por seu lado, o golpe de morte lançado sobre o Alojamento Local, revela  um Estado que não é pessoa de bem. Não  é aceitável que tantos portugueses tenham sido chamados a contrair créditos e a aplicar poupanças no restauro  de edifícios degradados, fazendo do alojamento local uma actividade económica pujante, que ajudou à   recuperação de centros urbanos e a dar vida a aldeias, vilas e cidades,  para depois, no momento em que amortizavam  os investimentos, se lhes dizer, numa decisão unilateral, que vão ter de fechar portas. Aliás, se tivermos presente que o alojamento local representa 40% da oferta para o turismo, criou milhares de postos de trabalho e assegura milhões de euros de impostos, num país com poucos recursos financeiros, o devaneio governativo roça a insanidade política.

Este  comportamento, típico de regimes autoritários,  só estimulará a retirada de casas do mercado de arrendamento e a degradação acelerada do património imobiliário. Os cidadãos deixarão de investir na compra e recuperação de casas e quando as rendas não sejam consideradas adequadas, os proprietários, ponderados os impostos a pagar e o desgaste e depreciação decorrente da utilização por terceiros, farão tudo para manterem os imóveis devolutos, nem que seja com recurso a contractos fictícios de múltipla natureza.

Já agora,  o Estado, que é o maior proprietário em Portugal,  não coloca no mercado de arrendamento o que é seu, mas quer dispor do que é dos outros.

Arrendar, usar e fruir no todo, ou em parte, permanente, ou intermitentemente, dar de comodato, ou manter devolutas as habitações é uma decisão que só compete aos proprietários. Por muito que se queiram radicalizar à esquerda, ou competir com o BE e o PCP, o PS e o governo estão obrigado a agir dentro dos limites da Constituição e dos Tratados internacionais.

Finalmente, as  medidas apresentadas são, em si mesmas,  uma impressionante afirmação do fracasso da governação. Convirá recordar que há 7 anos, o primeiro-ministro anunciou um investimento público de 1.400 milhões de euros, que garantiria a construção de 7.500 casas com rendas acessíveis, que daria resposta à carência habitacional de 30.000 famílias. Aqui chegados, ficou-se pela propaganda.

Se o governo quer resolver o problema da habitação em Portugal, tem de ter os proprietários e os investidores como parceiros e não como alvo ideológico. A título de exemplo, o primeiro-ministro António Costa deveria ponderar o seguinte:

Inventário do património do Estado: vai sendo tempo do Estado determinar com exatidão quais os imóveis que detém, susceptíveis de serem colocados no mercado de arrendamento;

Parcerias público-privadas: quando não disponha de recursos financeiros próprios, o Estado pode recorrer a investidores  disponíveis para recuperar os imóveis, tendo como contrapartida a respectiva gestão no mercado de arrendamento a preços acordados, até à amortização dos custos e satisfação de contrapartidas negociais; 

Fim do AIMI, imposto sem justificação, que foi criado num contexto de “geringonça” e por imposição do BE;

Redução do valor da tributação dos rendimentos prediais em sede de IRS,  com maior descida nos casos de contratos de arrendamento de duração superior a 5 anos.

Redução do IVA para 6% na construção ou reabilitação de prédios destinados apenas a arrendamento para habitação, valor a manter por prazos nunca inferiores a 10 anos;

Isenção de IMT na compra de primeira habitação própria, para jovens até 35 anos.

Em condições normais seria assim. O problema  é que este PS tem  horror ao empreendedorismo e à livre iniciativa, e combate todas as novas formas de criação de riqueza, por puro preconceito ideológico.

 

Presidente CDS/PP