Apoio aos deslocados de Cabo Delgado deve integrar quem os acolhe

Apoio aos deslocados de Cabo Delgado deve integrar quem os acolhe


O prelado disse que promover o diálogo com muçulmanos e no seu seio é uma das chaves para travar a violência armada.


O administrador apostólico da diocese de Pemba, António Juliasse Sandramo, disse hoje que as famílias de acolhimento dos deslocados da guerra em Cabo Delgado devem ser incluídas nos pacotes de apoio ao desenvolvimento de quem sofre com a violência.

"Todas as intervenções devem integrar aspetos de boa convivência entre deslocados e os locais, os apoios não devem ser canalizados só para deslocados, ignorando totalmente a população local", referiu o prelado.

O bispo referia-se tanto à "alocação de infraestruturas" – como terrenos e materiais de construção de casas – como a outros "benefícios de desenvolvimento": devem ser "integrados deslocados e os locais".

António Juliasse Sandramo falava à Lusa depois de se ter reunido na sexta-feira com consultores da Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN), entidade estatal que está a traçar planos para o desenvolvimento social e económico de Cabo Delgado. 

Segundo afirmou, na perspetiva, da igreja a ADIN deve contribuir para uma boa convivência social entre deslocados e locais.

"A necessidade de haver segurança" está "acima de tudo" e assim aponta uma prioridade: "Que não se alargue cada vez mais o conflito militar que existe na província de Cabo Delgado".

O prelado disse que promover o diálogo com muçulmanos e no seu seio é uma das chaves para travar a violência armada.