Vacinação na Europa está a ser “inaceitavelmente lenta”

Vacinação na Europa está a ser “inaceitavelmente lenta”


A demora pode obrigar a prolongar as medidas de contenção da covid-19, avisou a Organização Mundial de Saúde, que pede que se use “cada frasco que temos em stock, agora”.


A vacinação na Europa está a ser "inaceitavelmente lenta", alertou a Organização Mundial de Saúde (OMS), esta quinta-feira, e poderá ser necessário prolongar as medidas de contenção da covid-19 no continente. Por trás do atraso está demora na produção de vacinas pelas farmacêuticas – a farmacêutica britânica AstraZeneca, que se comprometera a entregar 120 milhões de doses de vacina à União Europeia no primeiro trimestre deste ano, admitiu que afinal só conseguiria entregar 40 milhões – e a dificuldade dos vários Estados membros em distribuir as doses que têm. 

"A vacinação apresenta a nossa melhor hipótese de sair da pandemia", lembrou Hans Kluge, diretor da OMS, em comunicado de imprensa. "Devemos acelerar o processo aumentando a produção, reduzindo as barreiras à administração de vacinas e usando cada frasco que temos em stock, agora", enfatizou.

Talvez se referisse às sucessivas suspensões do uso da vacina da AstraZeneca em países europeus, para que se possa investigar os casos de coágulos sanguíneos entre pessoas inoculadas, como fez o estado alemão de Berlim, ainda esta semana. Alguns vêm este tipo de medidas como necessárias para garantir a segurança da vacina – outros, sobretudo na imprensa britânica, vêm as suspensões como retaliação contra a AstraZeneca, acusada pela UE de priorizar a entrega da sua vacina aos britânicos em detrimento dos europeus. 

Apesar da lentidão do programa de vacinação na União Europeia, onde apenas uns 16% da população adulta já recebeu a primeira dose, sendo que no Reino Unido quase metade da população já foi inoculada, segundo a BBC, o risco é que, mesmo assim, a vacinação possa "providenciar uma falsa sensação de segurança às autoridades e ao público", avisou Kluge. Segundo a OMS, só a semana passada houve uns 1,6 milhões de novos caso na Europa, e quase 24 mil mortes.