Caixas solidárias. O projeto que leva comida a quem mais precisa

Caixas solidárias. O projeto que leva comida a quem mais precisa


Onda de solidariedade tem levado muitas pessoas a ajudar desempregados ou famílias carenciadas em tempo de pandemia. “Isto ganhou asas”, diz ao i Nuno Botelho, o impulsionador da iniciativa.


“Leve o que precisar, deixe o que quiser”. É este o mote que tem levado pessoas de todos os pontos do país a deixar bens essenciais em plena rua, numa caixa, para ajudar quem mais precisa em tempo de pandemia. Pão, azeite, massa, gel de banho, pasta de dentes: tudo isto está a ser depositado em caixas solidárias para aqueles que enfrentam um maior aperto financeiro em Portugal devido à covid-19. São já mais de 400 caixas registadas de norte a sul do país – o registo é feito manualmente através do Google Maps por quem gere o projeto –, mas a iniciativa começou com um simples gesto: uma publicação no Facebook.

“No início divulguei a caixa que coloquei aqui no meu bairro no meu Facebook pessoal. A seguir, uma vizinha divulgou na sua página e, logo aí, o número de partilhas foi significativo. Depois tornava-se necessário criar um grupo, tal como fiz, e isto ganhou asas”, começa por dizer, ao i, o fotojornalista Nuno Botelho, o grande impulsionador desta iniciativa e residente em Sassoeiros, Cascais. O grupo de Facebook já conta com mais de 40 mil membros e nele são partilhadas fotografias de quem sai à rua, com a caixa na mão, e transporta aquilo que considera estritamente necessário para as famílias portuguesas. No entanto, sempre com cautela. As regras de segurança e higiene têm de ser cumpridas por causa do novo coronavírus. “Devem manusear a caixa usando luvas ou desinfetando logo depois as mãos”, lembrou Nuno, muito surpreendido com a dimensão que este projeto já ganhou. “No início, achei que isto poderia replicar-se, e era esse o objetivo, mas não pensei que fosse tudo tão rápido. Fico contente que assim seja. Significa que somos um povo solidário e que estamos a ajudar cada vez mais gente”, assume.

O projeto foi inicialmente pensado com a mulher. “Eu e a minha mulher falámos muito sobre como poderíamos ajudar nesta fase, e era difícil porque ambos continuamos a trabalhar e temos um filho pequeno. Foi neste contexto que pensei nas caixas. Uma boa forma de ajudar podia ser criar uma caixa com bens alimentares e colocá-la aqui perto de casa, ajudar no meu bairro. Estando atento às notícias, compreendi que muitos iriam passar dificuldades por causa da atual situação laboral, acrescida da dificuldade de não devermos sair de casa”, revelou, orgulhoso também da reação das pessoas através do grupo de Facebook que gere.

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