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Governo vai rever situação de pais com profissões essenciais para poderem ficar alternamente com os filhos

Governo vai rever situação de pais com profissões essenciais para poderem ficar alternamente com os filhos

Marta F. Reis 15/03/2020 12:35

Médicos pediram à ministra da Saúde que permitisse que pais pudessem revezar-se e não estar ao serviço ao mesmo tempo.

A Ordem dos Médicos avançou esta manhã que o Governo aceitou rever o decreto publicado na sexta-feira que prevê a abertura de uma escola por agrupamento para que filhos de profissionais de saúde e agentes de segurança possam deixar os filhos e continuar a trabalhar. Os médicos apelaram este sábado para que fosse encontrada outra solução para os casais em que dois elementos têm estas profissões, nomeadamente os pais poderem trabalhar alternadamente. O Ministério da Saúde confirmou ao i que vai ser emitido um despacho que acautela a situação dos casais nestas circunstâncias.

"Esta legislação, apesar de poder numa primeira leitura conduzir a uma conclusão bondosa, coloca em risco toda a estrutura familiar e tem também um impacto psicológico e logístico negativo muito forte nos casais que seriam obrigados a trabalhar deixando os filhos para trás, quando em situação de crise estão a cumprir, por vezes, turnos de 12 a 24 horas”, salienta o bastonário da Ordem dos Médicos, num comunicado tornado público pela Ordem. Miguel Guimarães contrapõe que “é mais eficaz que um dos pais trabalhe a tempo inteiro e que o outro possa trabalhar parcialmente ou ficar agora em casa e voltar ao serviço mais tarde, quando os médicos que têm estado na frente de combate precisarem de parar ou adoecerem. Desta forma também minimizamos a possibilidade de os dois elementos do casal adoecerem ao mesmo tempo, deixando os filhos totalmente sem apoio". O apelo foi feito também por Carlos Cortes, presidente da Secção Regional do Centro da Ordem, que considerou que a medida podia constituir uma bomba-relógio na resposta à epidemia.

Miguel Guimarães tornou também público o apelo que dirigiu a todos os médicos para que adiem férias pelo menos até junho. "Este é um momento de estarmos todos juntos no combate a esta pandemia”, diz o bastonário, adiantando que muitos médicos estão já a adiar as férias que tinham previstas para os próximos meses. A Ordem agradece ainda o apoio público manifestado aos profissionais de saúde nos últimos dias. "Como médico fiquei emocionado com a bonita homenagem pública que fizeram aos médicos e restantes profissionais de saúde, ao virem à janela bater palmas. Contem com a Ordem dos Médicos e com os médicos para os tempos difíceis que continuaremos a viver. Somos parte da solução e continuaremos a estudar e propor medidas”, diz Miguel Guimarães no mesmo comunicado, insistindo na importância dos hospitais e centros de saúde adiarem todos os atos não urgentes, como consultas, cirurgias e exames de rotina. 

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