
Direção da RTP diz que peça sobre lítio só ficou pronta horas antes de ir para o ar, no dia 11 de outubro. Jornalista não comenta.
O programa Sexta às 9, da RTP, da autoria da jornalista Sandra Felgueiras, continua a marcar a agenda política. Ontem foi a vez de Rui Rio questionar o desaparecimento do programa durante mais de um mês, já que o seu regresso esteve marcado para 13 de setembro, mas só aconteceu depois das eleições legislativas. Tudo seria normal não fosse o regresso de Sandra Felgueiras à antena trazer uma peça muito polémica sobre a atribuição de uma licença de exploração de lítio em que o secretário de Estado da Energia, João Galamba, e o ministro do Ambiente e Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, não se saem bem. E foi por essa razão que Rui Rio voltou a querer saber a razão de o Sexta às 9 só ter voltado depois das eleições por, supostamente, ser prejudicial ao Governo.
Quem sentiu necessidade de entrar no jogo foi a direção de informação do canal público, que enviou um comunicado para algumas redações: “A Direção de Informação da RTP-TV jamais tolerará ser utilizada como arma de arremesso político-partidário seja por quem for”, isto porque a peça em questão “apenas ficou em condições de ir para o ar horas antes da sua transmissão”, logo, muito depois das eleições legislativas.
Questionada pelo i, Sandra Felgueiras, a autora do programa, diz não comentar o comunicado assinado pela direção de informação da RTP. Recorde-se que o programa Sexta às 9 regressou à antena no dia 11 de outubro com a tal peça polémica em que os governantes eram visados. Na semana seguinte, a 18, Sandra Felgueiras apenas teve 24 minutos para revelar as histórias, sendo os restantes dedicados a entrevistar João Galamba. Já no dia 25, o programa foi encurtado para serem lidos dois desmentidos dos governantes com 13 minutos de duração. Esperemos pela continuação dos novos episódios na edição de amanhã.
Manuela Moura Guedes O mundo da televisão vive em águas agitadas e um dos programas da SIC que conseguia melhores audiências no seu dia, A Procuradora, que tinha ido para férias com a possibilidade de voltar em setembro, já não volta. A própria jornalista confirmou ao i que o programa acabou. Em setembro, a SIC tinha garantido que A Procuradora voltaria, mas com alterações. “Tal como foi anunciado pela própria e por Ricardo Costa em direto, regressará com um novo formato ainda este ano”, dizia a estação de Paço de Arcos. Ao que o i apurou, a jornalista não aceitou a nova proposta de Ricardo Costa, que queria ver Manuel Moura Guedes a fazer entrevistas a figuras de segundo plano, até porque nenhum governante aceitaria ser confrontado por Manuela Moura Guedes. Na proposta feita à jornalista ficava claro que o programa iria para férias na época natalícia, a 18 de dezembro. O i também apurou que Manuela Moura Guedes ficou sem uma peça fundamental da sua equipa, que transitou para o Polígrafo.