“Há má-fé e preconceito contra os enfermeiros”, diz bastonária dos Enfermeiros

“Há má-fé e preconceito contra os enfermeiros”, diz bastonária dos Enfermeiros


Ana Rita Cavaco, bastonária dos Enfermeiros, reúne-se hoje com sindicatos para tentar mediar solução e lamenta inação da tutela 


A Ordem dos Enfermeiros reúne-se hoje com os sindicatos que convocaram a greve cirúrgica. A bastonária adiantou ao i ter tido conhecimento de novos pré-avisos de greve e sublinha que a intenção é mediar uma solução e evitar que o protesto se prolongue no tempo. Mas avisa desde já que, sem compromisso da tutela, isso será difícil. 

Ana Rita Cavaco mantém o apoio aos enfermeiros em protesto e fala de “má-fé” e de “preconceito” contra os profissionais por parte do governo. “Um dos sinais dessa má-fé é que a ministra do Mar vai reunir-se com os sindicatos dos estivadores e a ministra da Saúde recusa retomar negociações com os sindicatos dos enfermeiros em greve.” As críticas não ficam por aqui. Ana Rita Cavaco estranha que, perante a crise no setor, a Ordem dos Enfermeiros só tenha conseguido uma audiência com a ministra da Saúde a 17 de dezembro, quando outras ordens tiveram os seus encontros marcados em primeiro lugar. 

A negociação da categoria de enfermeiro especialista na carreira de enfermagem é uma das reivindicações dos sindicatos, até ao momento sem resposta. Este ano começou a ser pago um subsídio transitório a enfermeiros especialistas, mas ainda não abrange todos os profissionais, diz Ana Rita Cavaco.

Do lado dos sindicatos, que já admitiram prolongar a greve até em mais hospitais, não há sinais de desmobilização. “Temos de manter a perseverança, resistência e foco na manutenção do sucesso desta greve. Todos unidos por uma causa, contra todos os que querem denegrir a profissão ou criar uma má imagem”, disse ontem em comunicado o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR), uma das estruturas que convocaram a greve. “Políticos da esquerda à direita têm-se mantido afastados e criticado sucessivamente a nossa greve. No entanto, agirem e contribuírem para o regresso à normalidade continua a ser somente palavras de afeto. O tempo dos afetos já passou. É tempo de fazerem concretamente alguma coisa por nós, para que nós possamos fazer mais pela população.”