
Todos os anos as celebrações revivem o patriotismo marroquino e actualizam sentimentos de orgulho nacional.
O Rei Mohammed VI, sucessor de Hassan II, vai presidir amanhã em Marrocos as celebrações que assinalam o 40º aniversário da Marcha Verde.
A 6 de Novembro de 1975, cerca de 350 mil marroquinos saíram à rua para participar numa marcha com o objectivo de recuperar o disputado território do Saara espanhol.
A acção, que ficou conhecida como Marcha Verde, tornou-se um dos símbolos do nacionalismo marroquino e contribuiu para que o governo monárquico-constitucional do país respondesse à crise de sustentação política interna.
Espanha cedeu à pressão marroquina e foi assinado o Acordo de Madrid, no qual os espanhóis concordavam em ceder parte dos territórios do Saara Ocidental aos marroquinos e mauritanos. Oito dias depois o território foi entregue a Marrocos e à Mauritânia, que veio depois a desistir da sua parte em 1979, altura em que os independentistas da Frente Polisário já tinham autoproclamado a República Árabe Saraui Democrática, que tem a sua sede em Tinduf, na Argélia. Vivem aqui, actualmente, mais de 160 mil refugiados sarauis.
Desde então, o território é quase todo controlado por Marrocos enquanto a Frente Polisário domina uma pequena parte, mas tem o seu quartel-general no sul da Argélia, em Tinduof.
Entretanto, a história da ocupação do território desértico do Saara Ocidental pelos marroquinos trazia graves consequências. A região esteve habitada por séculos pelo grupo étnico dos sarauis, que, em 1974, atingia uma população de quase 100 mil habitantes. Depois de quatro séculos de domínio espanhol, o país não contava com praticamente nenhuma infra-estrutura e a grande maioria da população era analfabeta.
Quarenta anos depois, o território é totalmente independente e pode ser evidenciado o esforço do estado que conseguiu dar aos habitantes todos os recursos necessários desde estradas, água potável, esgotos, electricidade, educação, hospitais, portos e aeroportos.
Este ano, a celebração do anúncio da Marcha Verde coincidiu com a organização de eleições municipais e regionais a 4 de Setembro.
A marcha do progresso e do desenvolvimento no Sahara continua sob a liderança do Rei Mohammed VI, sucessor de Hassan II, com o desejo de ver implementada a Regionalização avançada, tal como definida pela nova Constituição de 2011, e a perspectiva de entrar na era de autonomia proposta por Marrocos em 2007 nas Nações Unidas como a solução definitiva para este conflito regional artificial falso que durou quarenta anos.