Foi há 20 anos que o PScontratou Edson Athayde para fazer a campanha das legislativas. A chegada do publicitário ao partido então liderado por António Guterres representou uma ruptura na forma de comunicar e o sucesso foi total: o PS ganhou as eleições, pondo fim a dez anos de governação do PSD, que com Cavaco Silva tinha conseguido duas maiorias absolutas.
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Foi nessa altura que nasceu o slogan “Razão e coração”, a paixão pela educação ou a garantia de que “os portugueses não são um negócio, são pessoas”. Edson é defensor de que a política deve jogar com as emoções dos eleitores. “Emoção nunca é de mais.
Aliás, muito do afastamento das pessoas da política tem a ver com um défice de emoções na campanha”, disse, em entrevista ao JN. Ao mesmo tempo que ajudava Guterres a brilhar na política, Edson dava cartas no mundo da publicidade. É dele o anúncio do “Tou xim”, da Telecel.
O publicitário chegou a Portugal em 1990, mas já confessou, numa entrevista ao “Diário Económico”, que gostava de ter vindo logo a seguir ao 25 de Abril, porque “adorava ter vivido esse período”. Nunca aceitou fazer nenhuma campanha da direita e admite que o PS é o partido com que mais se identifica. Edson trabalhou ainda com Ferro Rodrigues e Manuel Maria Carrilho.
Com o candidato à Câmara de Lisboa, que perdeu as eleições em 2005, as coisas não correram tão bem e o publicitário acabou por sair antes das eleições. A campanha ficou marcada por um vídeo em que Bárbara Guimarães perguntava ao filho: “Nós gostaríamos que o presidente da Câmara de Lisboa fosse o papá, não é, Dinis?”
Confrontando com o fracasso eleitoral e com a polémica à volta deste vídeo, o publicitário justificou-se: “o bebé era simpático. Mas havia muita gente que achava que o pai não era”.