
"Durante a reunião não deixou de se considerar a possibilidade de uma saída da Grécia da zona euro", admitiu.
O primeiro-ministro português considerou que "o acordo de princípio" alcançado esta segunda-feira com a Grécia, após uma maratona negocial em Bruxelas, "é equilibrado" e rejeitou a ideia de que Atenas tenha sido alvo de ameaças ou humilhação.
Numa conferência de imprensa no final de uma cimeira da zona euro que terminou hoje de manhã, ao cabo de 17 horas, com um compromisso sobre um terceiro "resgate" à Grécia em troca de uma série de condicionalidades, por muitos classificadas como "humilhantes" para Atenas, Pedro Passos Coelho disse que não vê "como possa ser encarado como uma humilhação" uma nova ajuda de "quase mais 86 mil milhões de euros, mais do que Portugal recebeu num só programa".
O primeiro-ministro português apontou que, entre financiamentos anteriores, à luz dos dois anteriores programas de assistência e de dívida perdoada, "a Grécia terá recebido e visto perdoados mais de 400 mil milhões de euros", a que acrescerão agora 86 mil milhões de euros, pelo que tal só pode ser visto como "uma acção responsável e solidária" dos parceiros de Atenas.
Quanto ao fantasma de uma expulsão da Grécia da zona euro, o chamado "Grexit", apontou que, de facto, "durante a reunião do Eurogrupo não deixou de se considerar a possibilidade de uma saída da Grécia da zona euro se um acordo não fosse encontrado", mas considerou que tal não pode ser considerado uma ameaça, mas antes "uma constatação de uma consequência natural se não existisse um acordo", já que, nesse caso, a Grécia "não teria condições de permanecer" no espaço monetário único.
Lusa