01/04/2023
 
 
Warriors. Venceu a equipa onde o conjunto é a maior estrela
No final, as t-shirts e os chapéus do título já estavam preparados para os jogadores dos Golden State Warriors

Warriors. Venceu a equipa onde o conjunto é a maior estrela

No final, as t-shirts e os chapéus do título já estavam preparados para os jogadores dos Golden State Warriors David Maxwell/EPA Jorge Garcia 18/06/2015 16:00

LeBron jogou como nunca, mas não chegou. O título foi para Oakland.

Ao sexto jogo da final, o título foi entregue. Os Golden State Warriors venceram os Cleveland Cavaliers por 105-97 e deram início aos festejos em casa do adversário. LeBron James fez os possíveis, à beira de um novo triplo-duplo, com 32 pontos, 18 ressaltos e nove assistências, frente a uma equipa que realizou uma das melhores campanhas da história da NBA. No lado dos campeões, os louros deste jogo seis foram repartidos. Iguodala e Curry somaram 25 pontos cada, mas Draymond Green registou um triplo-duplo, com 16 pontos, 11 ressaltos e 10 assistências.

Desde o início, Warriors e Cavaliers eram apontadas como as duas melhores equipas da temporada. Na fase regular, os Warriors não só confirmaram as previsões, como fizeram questão de subjugar o Oeste, com 67 vitórias e 15 derrotas, a sexta melhor marca de sempre da NBA. No Este, os Cavaliers foram surpreendidos por uns incríveis Atlanta Hawks, algo que não destruiu, de modo algum, as ambições dos adeptos de Cleveland. Nos playoffs, os Warriors continuaram a dominar, com 16 vitórias e cinco derrotas, duas delas na final. Mas o mais impressionante nem sequer foram as muitas vitórias e as poucas derrotas. Desde os LA Lakers de 1972 que uma equipa líder da liga em posses de bola por encontro não vencia o campeonato. E certamente nunca uma equipa com mais de 29% dos seus lançamentos a serem efectuados da linha de três pontos venceu o título. Porquê? Quando a pressão está ao rubro, estas equipas tendem a abandonar a sua filosofia de jogo. Os Warriors foram fiéis, venceram o título e tornaram-se únicos. “Rapazes diferentes vencem jogos de maneiras diferentes”, sentenciou Iguodala.

Quando os Golden State Warriors ganharam o seu terceiro título da NBA, em 1975, o primeiro com este nome, foi considerada uma grande surpresa. Foi preciso esperar 40 anos pelo próximo título, algo que, desta vez, era antecipado desde o primeiro dia. No final da fase regular, os Warriors foram a melhor defesa e o segundo ataque mais letal, ficando muito perto de igualar os Chicago Bulls de 1996, aquela equipa que venceu 72 jogos e onde Steve Kerr, treinador dos Warriors, começava no banco. E tudo com uma equipa em que quatro dos titulares foram escolhas dos Warriors no draft fora das seis primeiras posições.

Na pré-temporada, o novo treinador dos Warriors surpreendeu todos com um conjunto de exercícios muito básico, de passe e dribles. A ideia era começar pelo mais básico, criando bases para uma temporada extraordinária. A seguinte tarefa, muito complicada, seria convencer o veterano Andre Iguodala a ir pela primeira vez para o banco, à 11ª temporada na liga, depois de 758 jogos como titular. O mesmo aconteceu com David Lee, primeiro por lesão, e depois pela qualidade demonstrada por Draymond Green. Os Warriors eram, definitivamente, uma equipa versátil e com várias opções, muito longe daquele conjunto que há três anos parecia ter deitado tudo a perder, ao trocar Monta Ellis, uma das estrelas, por um lesionado Andrew Bogut.

Profundidade A maior prova dos recursos à disposição de Steve Kerr foi o próprio Andre Iguodala, considerado o MVP das finais da NBA. Por onde devemos começar? É a primeira vez que o jogador que recebeu este prémio não foi uma única vez titular na fase regular e não jogou no cinco inicial todos os jogos da final. Iguodala é também o primeiro jogador da NBA a registar 25 pontos no jogo do título sem nunca ter chegado a essa pontuação no resto do campeonato. Mas não foi nada disto que garantiu a preferência de sete dos onze jornalistas encarregues de atribuir o prémio. Estar na equipa vencedora ajudou muito, o que explica LeBron James ter conquistado apenas os restantes quatro votos, deixando Curry sem um único. Mas, tal como em 2014, ano em que Kawhi Leonard foi o vencedor, os jornalistas tiveram em conta quem foi o homem responsável por secar LeBron James, que com Iguodala em campo teve uma percentagem de acerto de apenas 38,1%.

Talvez este seja o maior elogio para LeBron James. Apenas por uma vez, em 1969, na primeira edição deste prémio, o vencedor, Jerry West, estava no lado dos derrotados. Isto indica que LeBron James dificilmente seria o MVP. Nem mesmo com 35,8 pontos, 8,8 assistências e 13,3 ressaltos por jogo, tornando-se no primeiro jogador a liderar as três categorias na história das finais da NBA. Sim, LeBron lançou pior, mas lutou sozinho contra a melhor equipa da liga, estando em campo 275 dos 298 minutos disputados. “Ficámos sem talento”, comentou LeBron no final de jogo seis, numa frase que resume na perfeição os problemas que a equipa enfrentou sem Kevin Love e Kyrie Irving.

Os Warriors venceram 83 jogos esta temporada, atingindo a terceira melhor marca da NBA, onde apenas foram batidos pelos Chicago Bulls de 1996 e 1997. O elo comum a essas três equipas é Steve Kerr, que em 1997 garantiu o título para os Bulls com o lançamento decisivo do jogo seis. A sua percentagem de vitórias de 81,7% é a maior de qualquer treinador estreante na NBA. Ainda assim, não foram os Bulls ou Phil Jackson que o inspiraram, mas sim o jogo rápido dos Phoenix Suns, comandados por Mike D’Antoni e liderados em campo por Steve Nash na altura em que Kerr ocupava alguns cargos na administração da equipa. “Penso que o Steve [Nash] definiu uma visão para uma nova geração de bases. Mike D’Antoni iniciou esse estilo em Phoenix e o chão começou a desabar, com as equipas a recorrerem a postes lançadores e a jogarem mais depressa”, recordou Kerr, enquanto festejava, coberto de champanhe.

Mas nem sempre esta final esteve no bolso dos Warriors. À entrada para o jogo quatro, os Cavaliers venciam por 2-1, e foi nesta altura que Steve Kerr mudou o rumo dos acontecimentos. Lançou Iguodala no cinco inicial, tornou a equipa mais baixa e rápida, e viu-a superar os Cavaliers. Stephen Curry não brilhou tanto nos jogos da final, mas somou 98 triplos nos playoffs, mais 40 do que o anterior recorde, de Reggie Miller. Na final anotou 25, ficando a apenas dois dos 27 de Danny Green.

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