
Economista disse no seu espaço de comentário que lhe parece que "estão todos a fazer figura de presença apenas" nas negociações.
Foram palavras fortes as que Bagão Félix usou para descrever o impasse nas negociações entre Atenas e os parceiros europeus enquanto decorria uma reunião do primeiro-ministro Alexis Tsipras com Angela Merkel e François Hollande à margem de uma cimeira entre a UE e os países da América Latina e das Caraíbas.
“Eu vou ser muito honesto: já não consigo perceber a situação na Grécia”, começou por dizer o economista quando questionado sobre o problema grego no seu habitual espaço de comentário na SIC Notícias. “A campanha eleitoral começou por uma espécie de trapezismo, como se fosse possível tudo e mais alguma coisa, estes últimos quatro meses têm sido meses de relativo malabarismo, entre as instituições da União Europeia e a Grécia, e finalmente, depois do trapezismo e do malabarismo, a Grécia está a ser sujeita ao contorcionismo.”
E foi mais longe o ministro das Finanças do governo de Santana Lopes: “A minha intuição é que as autoridades europeias querem livrar-se da Grécia.” Para o economista, “só ainda não se livraram porque não têm a certeza dos riscos” que podem advir dessa decisão.
Bagão Félix reconhece que “a situação grega é muito difícil” mas alerta por outro lado para o facto de a Grécia ser “praticamente o único país” da União Europeia que no primeiro trimestre deste ano voltou à recessão. Por isso mesmo, rematou, “devia haver menos ilusão por parte das autoridades” gregas.
No seu entender, a reunião desta quarta-feira não dará, mais uma vez, em nada, e concretizou: “Dá-me a sensação que estão todos a fazer figura de presença apenas.”