Poupança. Organização e disciplina na procura da tranquilidade nas férias

Poupança. Organização e disciplina na procura da tranquilidade nas férias


Traçar um objetivo, fazer uma estimativa de custos e definir um orçamento são os princípios de umas férias sem stress financeiro. Para o conseguir há várias soluções para poupar ao longo do ano.


Poupar para as férias pode parecer uma tarefa difícil, em especial com tantas despesas ao longo do ano. No entanto, com organização, disciplina e algumas estratégias simples, é possível reunir um montante que permita aproveitar dias de descanso sem recorrer ao crédito ou entrar em stress financeiro. Para além disso, a forma de comportamento e relação com o dinheiro pode determinar o nível de relaxamento e descontração em férias. Daí que seja vital ter um orçamento que não derrape. E para tal há várias sugestões práticas para poupar ao longo do ano com esse propósito.

O primeiro é definir um objetivo claro. Antes de começar a poupar, é importante saber para onde quer ir, por quantos dias, e quanto estima gastar. Depois da decisão de onde ir de férias e quanto tempo, o ideal é fazer uma estimativa de quanto irá gastar. Para isso, deve confirmar alguns dos seguintes custos que poderão estar associados, como por exemplo o alojamento, as atividades de lazer e entretenimento, compras ou refeições.

Com esta estimativa poderá definir um orçamento para as férias. E com o orçamento definido usam-se diferentes técnicas e táticas que permitam amealhar durante o ano para conseguir chegar ao valor desse orçamento.

Fundo para as férias

Quando o dinheiro físico era mais utilizado, uma técnica usada por muitas pessoas era, ao final do dia, deixar as moedas “pequenas” dos trocos das despesas diárias no mealheiro. Nas vésperas de férias encontrava-se nessa poupança uma quantia interessante que ajudava aos gastos.

Hoje em dia, com a cada vez maior utilização do dinheiro digital, que paga quantias exatas, deixou de haver trocos que permitam este amealhar. Assim, é importante criar um fundo de férias. Para tal, abrir uma conta-poupança ou subconta no banco dedicada apenas às férias, tentando evitar assim mexer nesse dinheiro para outras finalidades. Pode até automatizar-se  transferências mensais para essa conta, como se fosse uma despesa fixa.

Tudo o que juntar para as férias não deve ficar na conta corrente. Garanta que direciona esse dinheiro para uma conta poupança ou para onde lhe for mais fácil manter o compromisso de juntar dinheiro todos os meses, sem cair na tentação de o gastar. Rever com frequência o objetivo e o valor acumulado pode servir de estímulo.

Depois, dividir o valor que precisa poupar pelo número de meses até às férias. Por exemplo, ao fazer férias em agosto e começando a poupar em janeiro, são oito meses para atingir a meta. Este tempo ajuda a perceber se o valor mensal é viável e se será necessário ajustar os gastos mensais.

Caso seja necessário este ajuste, começar por reduzir os pequenos gastos diários. beber menos um café por dia ou deixar comprar algo para comer no trabalho, no fim do mês representa uma boa quantia poupada. Levar lanche de casa ou reduzir saídas frequentes pode permitir poupanças significativas, sem grandes sacrifícios.

Vendas e compras

Outra opção é vender o que se deixou de usar. Ao longo do ano, pode-se fazer limpezas em casa e vender artigos que deixaram de ter utilização – roupas, livros, eletrodomésticos, móveis. Há várias plataformas online que o permitem fazer e o  dinheiro obtido pode ir diretamente para o fundo de férias.

Evitar compras por impulso é uma tática eficaz e este controlo emocional é essencial para poupar. Antes de se fazer qualquer compra, em especial as mais dispendiosas, é necessário avaliar se é mesmo necessária. Adiar compras por alguns dias pode evitar gastos desnecessários e usar recompensas e cashback ajuda a aumentar o saldo a usar durante as férias.

Se for possível ultrapassar o montante necessário do orçamento de férias deve-se continuar a manter os hábitos de poupança tendo em atenção as férias seguintes. Manter o hábito de juntar dinheiro para descansar pode tornar as próximas viagens mais fáceis e poupar para as férias deve ser uma “missão” familiar de todos os anos.

Flexibilidade

Aqui é importante continuar a pesquisar as melhores oportunidades para poupar e encontrar promoções e ter flexibilidade para ir adaptando o orçamento aos gastos expectáveis. Se por exemplo forem umas férias gastronómicas deve-se reservar uma quantia maior para refeições. Caso o hotel sirva apenas para pernoitar, aproveitando grande parte do dia para explorar o local, talvez seja mais sensato alocar uma maior fatia do orçamento para atividades, do que para o alojamento.

Na senda da flexibilidade e na procura de ter dinheiro disponível para descansar entre as muitas despesas diárias e mensais, uma forma válida está na revisão dos serviços que se pagam, analisando se se está a pagar por subscrições não usadas, como plataformas de streaming ou ginásios. Ver também é possível  renegociar contratos de telecomunicações ou seguros, uma vez que qualquer redução mensal pode ser redirecionada para o fundo de férias.

Tal como fazer com rendimentos extra. Sempre que houver um prémio, subsídio ou reembolso, considerar guardar parte ou a totalidade desse valor é uma boa política. Como são receitas que não fazem parte do orçamento habitual, são ideais para reforçar a poupança sem comprometer outras despesas.

Família

Ao mesmo tempo, reduzir as saídas durante o ano pode ser difícil, mas optar por programas gratuitos ou mais económicos (como piqueniques, caminhadas ou visitas culturais) permite manter uma vida social ativa e, ao mesmo tempo, poupar.

Envolver a família é importante para que todos estejam alinhados com o objetivo e poupar torna-se mais fácil se todos contribuírem, seja com ideias, seja com pequenos gestos, regulares ou pontuais.

Mas com todos os sacrifícios e esforço exigido para esta poupança, manter a motivação pode ser difícil. Uma tática poderá passar por usar uma aplicação para acompanhar o progresso da poupança, já que ver os resultados concretos ao longo do tempo ajuda a manter a disciplina e a não desistir, mesmo que tal implique ajustar o plano de poupança ao longo do ano devido a imprevistos. 

Importante é evitar dívidas para ir de férias. Embora existam créditos para férias, o ideal é  evitar esse tipo de financiamento. Estar de férias com tranquilidade financeira garante que o descanso seja realmente aproveitado, sem carregar preocupações para o regresso. Para tal, as pequenas contribuições consistentes têm impacto a longo prazo.

Manter a poupança

Chegados a um dos momentos mais esperados do ano é importante que as férias não se tornem uma fonte de preocupação financeira. Para a aproveitar ao máximo os dias de descanso sem gastar em excesso, a  chave está na organização, na escolha consciente e em pequenos hábitos que fazem a diferença.

Mais uma vez o orçamento, neste caso diário. Definir quanto se pretende gastar por dia traz clareza, e um orçamento claro ajuda a evitar gastos impulsivos e permite tomar decisões mais equilibradas. Depois, e novamente, a flexibilidade, uma vez que adaptar os planos se for necessário permite relaxar sem comprometer o equilíbrio financeiro.

Refeições

As refeições são dos principais gastos durante as férias e refeições diárias em restaurantes podem significar gastar uma pequena fortuna.

Assim, devem evitar-se restaurantes turísticos. Os estabelecimentos em zonas muito turísticas costumam ter preços inflacionados. Procurar locais frequentados por residentes, onde normalmente se come melhor e mais barato é uma boa opção e perguntar às pessoas da zona ou procurar avaliações online pode ser útil.

Depois, fazer algumas refeições em casa, uma vez que pequenos-almoços e jantares simples feitos dentro de portas podem representar uma poupança significativa ao fim de alguns dias. Ao mesmo tempo, levar snacks e água quando se sai para passeios ou visitas evita a compra constante em cafés ou quiosques, onde os preços são mais altos.

Compras

As compras são outra fatia importante dos gastos e evitar impulsos é meio caminho andado para poupar. Sendo comum trazer lembranças ou aproveitar saldos, há que ter em atenção que nem tudo é necessário, pelo que é importante estabelecer um limite e pensar bem antes de gastar, até mesmo usando aplicações de comparação de preços para encontrar promoções e condições especiais em determinado local.

As lembranças simples e úteis são muitas vezes mais significativas do que produtos caros e aproveitar o que é local, em vez de procurar marcas internacionais, além de ser mais autêntico, costuma ser mais barato e enriquecedor.

Além de todas estas dicas de poupança, é fundamental conhecer os direitos enquanto pessoas em férias e saber que existem leis de proteção.