O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) pediu esta quinta-feira à população que dê sangue de forma mais regular. A reserva nacional de sangue está abaixo do habitual.
“Isto não é um apelo a uma dádiva esporádica e pontual. É um pedido. Desejamos que as dádivas sejam regulares e que mantenham a consistência ao longo do ano”, afirmou António Gandra D’Almeida,
O dirigente falava no Porto, após doar sangue ao lado de mais elementos da Direção Executiva do SNS (DE-SNS).
O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) tem 8.000 unidades de sangue, quando por norma, neste período, a reserva do país ronda as 10.000. Salvaguardando que esta “não é uma quebra alarmante”, o diretor executivo recordou que “todos os dias são precisas muitas unidades de sangue e derivados no SNS”.
“As reservas estão um bocadinho abaixo do número ideal. É importante doar de forma regular. Todos os dias tratamos e operamos muitos milhares de doentes no SNS e depois existem as emergências”, frisou Gandra d’Almeida.
Por seu lado, o diretor-técnico do Centro de Sangue e da Transplantação do Porto apontou que “são precisos todos os tipos de sangue, mas, neste momento a diminuição do número de dias de reserva é maior nos grupos A e O”.
“A situação que temos atualmente reflete o peso do sucesso. O maior número de cirurgias, o maior número de terapêuticas oncológicas implica um maior gasto de componentes. Basta reservarmos componentes para termos menos unidades disponíveis” disse Jorge Condeço.
“É mau termos 8.000, mas é excelente termos o SNS a funcionar de forma eficiente. A única maneira é pedir às pessoas para virem dar sangue de forma mais regular”, acrescentou, explicando que pandemia introduziu novos paradigmas e rotinas também nesta área.
“Ainda há um mês registaram-se muitos casos covid e o impacto no SNS foi significativo”, frisou.
Podem ser dadores todas as pessoas com mais de 18 anos de idade , com 50 quilos de peso e com estilos e hábitos de vida saudáveis.
Antes da dádiva de sangue, é realizada uma avaliação clínica. Se não forem identificadas situações que possam pôr em causa a segurança de dadores e recetores pode-se dar sangue.
As colheitas de sangue são realizadas pelo IPST, IP, responsável por cerca de 60%. Os restantes 40% colhidos pelos serviços hospitalares.