Cerca de 65% dos partos no privado e social são realizados por cesariana

Cerca de 65% dos partos no privado e social são realizados por cesariana


“Não obstante, o tipo de cesariana mais representativo nos estabelecimentos privados e sociais foi a cesariana programada (54,3%), enquanto nos estabelecimentos do SNS as cesarianas urgentes foram mais frequentes (65,2%)”, refere a ERS.


A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) anunciou, esta quinta-feira, que quase 65% dos partos nas unidades dos setores privado e social foram realizados por cesariana, o que representa mais do dobro da percentagem das efetuadas no Serviço Nacional de Saúde (SNS).  

“Nos estabelecimentos do SNS a percentagem de cesarianas no total de partos correspondeu a 31,9% (41.676), contrastando com a realidade dos estabelecimentos privados e sociais, em que a percentagem de cesarianas ascendeu a 64,8% dos partos realizados nestes estabelecimentos (19.254)” em 2022 e 2023, lê-se numa nota da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), enviada às redações.  

Nestes dois anos, é ainda referido no comunicado, foram realizados 130.489 partos em estabelecimentos do SNS e 29.723 em unidades não públicas, num total de 160.212, 38% por cesariana (60.930). 

“Não obstante, o tipo de cesariana mais representativo nos estabelecimentos privados e sociais foi a cesariana programada (54,3%), enquanto nos estabelecimentos do SNS as cesarianas urgentes foram mais frequentes (65,2%)”, refere a ERS.  

Por sua vez, entre 2022 e 2023, o número de partos em Portugal continental aumentou 2,6%, devido aos crescimentos registados no Algarve (8,2%), no Centro (5,4%), em Lisboa e Vale do Tejo (3,5%) e no Alentejo (1,8%), tendo sido registada uma diminuição na região Norte. 

No mesmo intervalo de tempo, nestes dois anos ocorreram 161.559 nascimentos, com a região de Lisboa e Vale do Tejo a apresentar o maior número (43,9%) e o Alentejo o menor (3,0%). 

Já em relação aos óbitos fetais e neonatais (até 28 dias de vida), registaram-se 738 (312 em 2022 e 426 em 2023), indica ainda a ERS, ao adiantar que o rácio de óbitos por nascimento foi de 0,46% em Portugal continental, tendo sido mais elevado em Lisboa e Vale do Tejo (0,52%) e no Norte (0,42%).