A luta dos professores continua

A luta dos professores continua


Arrancaram novas greves e manifestações, após a última reunião entre o Ministério da Educação e os sindicatos. Novo regime de contratação de professores está debaixo de fogo.


por Fábio Sousa

Arrancaram esta semana novas manifestações e greves dos professores convocadas pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP) e pela plataforma de nove organizações sindicais que inclui a Federação Nacional da Educação (FNE) e a Federação Nacional dos Professores (Fenprof). Estas novas paralisações vêm na sequência da última reunião com o Ministério da Educação, onde a tutela, segundo o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, «não admite recuperar qualquer dia do tempo de serviço». O dirigente sublinhou que a nova proposta do Governo não abrange os professores que trabalham, por exemplo, nos hospitais ou nas prisões, assim como na Casa Pia ou na Santa Casa da Misericórdia.

As estruturas sindicais anunciaram novas paralisações e manifestações em todo o país. O STOP, além da manifestação convocada para o dia da Liberdade, começou uma greve de três dias, entre 26 e 28 de abril, uma semana depois de ter chegado ao fim a greve por tempo indeterminado. Já a plataforma sindical, que inclui a FNE e a Fenprof, esteve em protestos na quarta-feira, em Portalegre e na quinta-feira, em Leiria. Sob a mira dos sindicatos encontra-se o novo regime de concursos aprovado pelo Governo, em março. Os professores não deixam de insistir na recuperação de todo o tempo de serviço que esteve congelado, bem como na melhoria de condições de trabalho e salariais.

O secretário-geral da Fenprof ameaçou com a possibilidade de haver greve aos exames nacionais, afirmando que «os professores têm-nos dito isso e não afastamos cenários nenhuns, só se houver uma solução para estes problemas».

Recorde-se que o ministro da Educação, João Costa, afirmou no passado dia 22 que não deixará de «ativar os meios necessários» para que sejam realizadas as provas, reiterando que os serviços mínimos nesta situação estão previstos na lei.

No dia 24 de abril juntavam-se no Largo do Carmo, em Lisboa, professores de todo o país para iniciarem um novo acampamento contra as políticas do Ministério da Educação. Esta iniciativa que se organizou através das redes sociais contou com «mais de 200 professores» que no dia seguinte participaram também nas manifestações do dia 25 de abril.

Apesar de terem lançado uma petição pública em defesa de «uma generalizada ação de desobediência» aos «serviços mínimos ilegais», os professores foram obrigados a abandonar o acampamento e a regressar às respetivas escolas devido aos serviços mínimos.

Foi no sábado que o Missão Escola Justa organizou manifestações nos aeroportos portugueses, com o objetivo de «mostrar aos turistas que, apesar de o país ser maravilhoso, não tem uma escola pública valorizada». Os manifestantes distribuíram panfletos aos turistas para os sensibilizar para esta situação.