EUA. Armas de fogo são responsáveis por 100 mil feridos ou mortos por ano

EUA. Armas de fogo são responsáveis por 100 mil feridos ou mortos por ano


“Os condados com maior vulnerabilidade social tiveram taxas mais elevadas de visitas às urgências devido a ferimentos com armas de fogo durante o período 2018-2021”, lê-se no relatório para o Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças. 


Nos Estados Unidos da América (EUA), as armas de fogo causaram pelo menos 100 mil feridos ou morto por ano, em especial nos condados mais pobres, alertou esta sexta-feira o Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), no relatório semanal de mortabilidade e mortalidade (MMWR, na sigla inglesa)

"Os condados com maior vulnerabilidade social tiveram taxas mais elevadas de visitas às urgências devido a ferimentos com armas de fogo durante o período 2018-2021", lê-se no relatório do CDC, que resultou da análise de 647 condados em dez jurisdições que participam num programa de registo de ferimentos e mortes com armas de fogo.

"Comparando com condados de baixa vulnerabilidade social, a taxa de visitas às urgências por ferimentos com armas de fogo foi 1.34 vezes mais elevada nos condados com vulnerabilidade social média e 1.80 vezes mais elevada nos condados com alta vulnerabilidade", explica ainda o mesmo documento, sublinhando que maior índices de pobreza e desemprego já tinham sido associados a um maior risco de incidente com armas, ao passo que a pobreza está ligada a maiores taxas de homicídios com armas de fogo. 

O organismo sublinhou que maiores índices de pobreza e desemprego já tinham sido associados a um maior número de incidentes com armas, e que a pobreza e desigualdade salarial estão ligadas a maiores taxas de homicídios com armas de fogo. 

"Desigualdades atuais e históricas que marginalizam alguns grupos étnicos e raciais minoritários nos Estados Unidos podem contribuir para elevadas taxas de ferimentos com armas de fogo nestas comunidades", indicou ainda o Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC). 

O relatório refere também o efeito do racismo estrutural, espelhado em práticas discriminatórias que levam a falta de investmento em zonas com uma maior percentagem de residentes de minorias étnicas e raciais.  "A evidência indica que a segregação racial residencial também tem sido preditiva de disparidades raciais nos homicídios por armas de fogo", indicaram os autores o estudo.