Brasil. Autoridades confirmam que cadáver é de jornalista

Brasil. Autoridades confirmam que cadáver é de jornalista


Seguindo as pistas dos principais suspeitos do desaparecimento de Dom Philips e Bruno Pereira, a polícia brasileira encontrou dois corpos sem vida no local indicado.


Depois de exames do Instituto Nacional de Criminalística de Brasília, as autoridades confirmaram que os restos mortais encontrados esta quinta-feira pertencem ao jornalista desaparecido no Amazonas, Dom Philips.

A polícia brasileira tinha revelado que tinha encontrado dois cadáveres perto do local onde um suspeito confessou ter assassinado e enterrado o jornalista britânico e o ativista indígena Bruno Pereira.

Os restos mortais dos dois homens chegaram a Brasília na noite de quinta-feira depois de difíceis sessões de escavação numa zona remota da Amazónia. «A noite passada obtivemos uma confissão do primeiro dos dois suspeitos detidos (…) que nos contou em pormenor como o crime foi cometido e onde os corpos foram enterrados», afirmou Fontes.

Os alegados autores do assassínio são os irmãos pescadores Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como «Pelado», que foi detido na semana passada, e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como «Dos Santos», que foi detido na terça-feira.

Entretanto, o número de suspeitos aumentou para cinco, revelaram as autoridades esta quinta-feira, acrescentando um suspeito no envolvimento direto na morte, um de envolvimento na tentativa de ocultação dos cadáveres e um de ser o autor moral do crime.

A revelação da morte de estes homens, após dez dias de buscas, é um duro golpe em todos os que ambicionam defender o defender o meio ambiente e as comunidades indígenas do Brasil, que têm estado sob fogo durante a presidência de Jair Bolsonaro.

Dom Phillips, jornalista e colaborador do jornal The Guardian, e Bruno Araújo Pereira, ativista dos direitos indígenas, estão desaparecidos desde 5 de junho, no Vale do Javari, região remota e de selva na Amazónia brasileira perto da fronteira com Peru e Colômbia, onde realizavam uma investigação sobre ameaças de invasores e criminosos contra os indígenas.

A investigação deste caso foi altamente criticada, tendo sido marcada por contratempos como a lentidão da resposta por parte do Exército e da Marinha, assim como as ações da embaixada brasileira em Londres, que disse à família de Phillips, no Reino Unido, que o seu corpo tinha sido encontrado, apenas para retirar as declarações mais tarde.

Pereira era uma importante figura da fundação indígena estadual e estava encarregue de proteger as comunidades indígenas, contudo foi afastado do cargo no final de 2019 depois de liderar uma operação para destruir minas ilegais que operavam em terras indígenas. Atualmente, o ativista estava a trabalhar com organizações de direitos indígenas em áreas remotas da floresta tropical para ajudá-los a mapear os seus territórios e protegê-los de invasões de mineiros, madeireiros e traficantes de drogas ativos na área.