A advogada de Rosa Grilo, Tânia Reis, e o ex-inspetor da Polícia Judiciária (PJ), agora consultor forense, João de Sousa foram acusados pelo Ministério Público (MP) de simulação de crime, posse de arma ilegal e favorecimento pessoal.
Em causa está um projétil que o consultor forense disse ter encontrado na residência de Rosa e Luís Grilo, enquanto decorria o julgamento no Tribunal de Loures, cerca de ano e meio após o crime.
O Ministério Público acredita que o projétil terá sido uma prova plantada pela defesa da arguida, segundo a TVI24, que avançou com a notícia da acusação.
"Obviamente, não pratiquei qualquer crime. Esta acusação não faz sentido", disse a advogada Tânia Reis ao Jornal de Notícias.
Recorde-se que foi em meados de fevereiro do ano passado que o antigo inspetor da PJ, que cumpriu uma pena de cinco anos de prisão por corrupção, disse ter encontrado uma bala na banheira. Logo na altura, a descoberta anunciada por João de Sousa, foi interpretada pelas autoridades como uma estratégia da defesa.
A alegada descoberta não afetou, no entanto, o desfecho do julgamento, até porque a PJ já tinha apresentado as perícias feitas à habitação em 2018, e Rosa Grilo foi condenada por homicídio do marido, o triatleta Luís Grilo, a 25 anos de cadeia.
Já António Joaquim, o ex-amante de Rosa Grilo, também acusado de homicídio foi absolvido em primeira instância, mas viria a ser condenado pelo Tribunal da Relação do Porto a pena igual à da viúva da vítima. Ambos recorreram da decisão para o Supremo Tribunal de Justiça, que se deve pronunciar, esta quinta-feira, o mesmo dia em que a advogada da arguida foi notificada do despacho de acusação.