“Se num Governo todos forem ‘Centeno’, a gestão financeira desse Governo é errada”

“Se num Governo todos forem ‘Centeno’, a gestão financeira desse Governo é errada”


Mariana Mortágua considera que “se adiarmos investimentos que hoje são inadiáveis, isso quer dizer que estamos a causar ineficiências futuras nos serviços públicos”.


Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, criticou novamente o Governo por rever em baixa o défice que inicialmente estava previsto para 2018, apontando Mário Centeno como alvo.

"Se num Governo todos forem 'Centeno' e se o Governo for gerido a partir do Ministério das Finanças, então será sempre mal gerido, porque o ministro das Finanças não tem capacidade para tomar decisões que são importantes em cada setor", disse Mariana Mortágua em entrevista ao DN e à TSF.

O Bloco de Esquerda insistiu na Assembleia da República um projeto de resolução no sentido de o Governo manter o défice nos 1,1% negociados com BE e PCP no Orçamento de Estado para 2018. Ainda assim, o Governo decidiu rever o défice para 0,7%.

"Adiar investimentos não é gerir bem. Adiar investimentos que têm de ser feitos hoje é causar ineficiências nos serviços públicos e, portanto, é preciso ter uma lógica de análise destes investimentos que não seja meramente subordinada à questão de permanente ultrapassagem da meta do défice", diz Mariana Mortágua.

De acordo com a bloquista, "esta forma de gestão que privilegia o défice e que altera as prioridades do país submetendo-as a uma lógica de ir para além de Bruxelas (…) é uma forma não apenas errada do ponto de vista político, como causa ineficiências na própria gestão dos serviços públicos. Se nós adiarmos investimentos que hoje são inadiáveis, isso quer dizer que estamos a causar ineficiências futuras no Serviço Nacional de Saúde, por exemplo, e, portanto, é um erro achar que é possível gerir um governo unicamente a partir do Ministério das Finanças e unicamente subjugado a ultrapassar metas do défice acordadas com Bruxelas".

"Este tipo de escolhas: o que queremos do SNS, da legislação laboral, da forma como estruturamos os apoios sociais, da política de investimentos, do sector público e até onde é que ele deve ir, o que queremos do controlo de sectores estratégicos. Estas escolhas são essenciais para o futuro do país, são escolhas que definem qualquer partido politicamente", disse Mariana Mortágua.