Eunice Muñoz. “Ninguém está mais desabrigado do que um ator a entrar em cena”

Eunice Muñoz. “Ninguém está mais desabrigado do que um ator a entrar em cena”


Somos o quê? Pergunta de quem acabou de completar 75 anos de carreira com um anúncio do regresso aos palcos, ao mais especial de todos, o do Teatro Nacional D. Maria II, onde nos encontramos e onde se estreou Eunice Muñoz aos 13 anos com “Vendaval”, mandada chamar por Amélia Rey Colaço.


Mas somos o quê afinal, mesmo 75 anos depois? O medo de falhar é o mesmo, ou aumenta, como aumenta a responsabilidade, e voltamos ao problema das expectativas. Com tudo o que foi difícil mas que está lá para sempre, como “Zerlina”, a maior de todas, plateias vestidas de preto no Trindade, ou a Dona Benta, com que chegou finalmente aos lugares onde o teatro não ia. Mas é teatro Eunice Muñoz, e será sempre primeiro o teatro. Com todas as lições que não tem para dar, assim diz, exceto que não vale a pena ter vaidades.

Há conversas que não sabemos bem por onde começar, como esta, mas talvez pelo futuro e a peça que abre a próxima temporada do Teatro Nacional D. Maria II, que marca o seu regresso ao teatro, “Rei Lear”, de Shakespeare.

Com encenação do Bruno Bravo, que me convidou.

Já anda com ela na cabeça?

Já está na minha cabeça, já. É um trabalho muito difícil. Preocupante e ao mesmo tempo fascinante. Estou muito contente e muito medrosa, as duas coisas.

O medo volta sempre, como no princípio?

Continua sempre. A partir de certa altura, pior, porque já se criou uma responsabilidade. As pessoas já quase que exigem que seja bem feito e às vezes pode não ser.

O problema das expectativas…

Vamos ver, vamos ver. Mas estou muito feliz com o projeto, tem vários elementos com talento, gente que sofre esta época difícil, muito difícil, portanto para mim é uma alegria duplicada e desejo do coração que possamos fazer um espetáculo que interesse ao público.

A Eunice será o próprio Rei Lear.

Pois é. Por isso é que tenho tanto medo.

Sobre o peso da responsabilidade, costuma dizer que só a partir dos 27 anos, com “Joana D’Arc”, é que se sentiu atriz, que até aí era uma coisa…

Era uma fatalidade, não havia outro remédio.

Porquê só aí?

Estive quatro anos afastada e quatro anos é tempo para se chegar a uma conclusão, que foi o que aconteceu. Afastei-me porque estava cansada e as coisas depois foram surgindo, num trabalho que era tão diferente e que tinha tantos ensinamentos mas de outro lado, de pessoas que tinham outras vidas. Eu aos 27 anos só conheci gente do teatro. A começar pelos meus pais, as minhas avós, as minhas tias, os meus tios. Só. Era difícil, foi preciso fazer outras coisas, conhecer outras pessoas, outro tipo de existência para chegar a uma conclusão.

 

Foi nesse período que foi trabalhar para uma fábrica de cabos?

Sim, fui secretária do diretor técnico. Quando me afastei estava só a pensar que estava farta e que queria ir fazer outra coisa, e ao longo dos anos fui-me dando conta de que valia a pena continuar a fazer teatro.

Estreou-se aqui no Teatro Nacional D. Maria II aos 13 anos. O que recorda dessa experiência, já que foi aí que conheceu gente como Palmira Bastos e Amélia Rey Colaço?

Aos 13 aqui em Lisboa, porque estreei-me aos 5 anos. Foi uma emoção e um susto, de uma miúda que se estreou num modesto teatro com modestos artistas e que agora estava no primeiro teatro do país. Era uma coisa muito assustadora, mas assim foi, assim fiz e assim continuei.

Como é que foi parar a essa peça?

Tinha um padrinho que era um cantor que teve muito nome nessa época, Sales Ribeiro, que era tenor e estava já também na sua decadência e ia a estes espetáculos aqui à volta, onde eu ia também com os meus pais e cantava também umas cantigas da moda. Ele soube que a senhora dona Amélia Rey Colaço precisava de uma miúda para uma peça portuguesa que ia fazer, “Vendaval”, de uma escritora chamada Virgínia Victorino, lembrou-se de mim e ela mandou chamar-me. E há um episódio engraçado, porque a minha mãe ficou, claro, muito emocionada e muito entusiasmada e eu fiquei como se já estivesse à espera. Disse-me: “Mas então, mas então, é o primeiro teatro do país, é importantíssimo, tu não estás contente?”, e eu olhei para ela: “Estou. Por que não?” Toda a gente riu imenso com essa história do “por que não” vindo de mim, que não era ninguém.

Há de ter acontecido porque o teatro existiu sempre em sua casa. Como foi a sua infância?

Tinha um irmão, o meu querido irmão, que era mais novo do que eu e era meu escravo. Eu era uma criatura um bocado insuportável, que fazia dele meu criado, meu escravo. Por exemplo, chegava a casa no inverno com umas botas altas de borracha, sentava-me com um ar de quem tinha trabalhado imenso, e dizia [eleva a perna]: “Tira-me as botas.” Porque ele era muito obediente [risos]. Sempre foi muito agarrado a mim, sempre foi um grande amigo, tenho muitas saudades dele.

Mas sobre o teatro, dizia que a sua verdadeira estreia foi aos 5 anos.

O meu pai era do lado do circo, filho de uma senhora Cardinali que fazia volteio a cavalo e esteve aqui no Coliseu. O meu avô Muñoz, que tinha o curso de violino do conservatório de Madrid conheceu-a e teve uma grande paixão por ela, e apesar de, enfim, ter um nível certamente muito acima do dos músicos que trabalhavam no circo, ofereceu-se para ir tocar no circo, só para a poder ver. Quando chegaram a Elvas, ele raptou-a. Raptou-a com tudo tal e qual – os lençóis, as malas lá para baixo, ela a descer – para irem apanhar o comboio para Espanha, porque o meu avô Muñoz tinha a família toda em Espanha. Tiveram quatro homens e uma mulher, e do outro lado, o da minha mãe, o lado Carmo, que eram [os avós] um ator e uma atriz – uma atriz extraordinária, eu apesar de criança tinha uma enorme admiração por ela. Ela afligia-me muito, quando representava coisas sérias eu tinha que fugir do teatro, porque não aguentava, e saía a gritar e a chorar – tinham quatro filhas e um filho. Curioso. E esse filho Carmo casou com a única filha Cardinali.

 

Isto para nos levar à história de como começou a fazer teatro.

Aquelas coisas da época de que a menina nem faz ideia com a sua idade. Havia sempre uns grandes dramas e havia sempre a tuberculose, uma coisa fatal para aquelas gerações. Portanto, estava-se sempre a fazer dramas terríveis em que havia normalmente uma criança pequena que era filha da senhora tuberculosa. Era eu.

Era também a época em que faziam espetáculos itinerantes.

Fazíamos sim, principalmente no Alentejo. O meu avô não era alentejano, o meu pai não era alentejano, mas tinham uma paixão enorme pelo Alentejo e o meu avô não descansou enquanto não comprou alguma coisa lá, então comprou uma pequena casa na Amareleja, onde eu nasci.

Mas como eram esses espetáculos?

Duravam anos, fora as alturas em que o tempo era difícil. O teto era de lona e no inverno era complicado, tínhamos que parar muitas vezes, tínhamos o vento como nosso pior inimigo: “Ai o vento, está muito vento.” O vento significava poder levantar-se o teto do teatro e ter que se deitar tudo abaixo rapidamente.

Na homenagem pelos seus 75 anos de carreira, aqui neste teatro, o Tiago Rodrigues recuperou justamente essa história, citando as suas conversas com Vítor Pavão dos Santos, em “Acima De Tudo Amar A Vida ou Conversas com Eunice Muñoz”.

Pois foi. O Tiago é um homem… não se pode amar mais o teatro do que ele.

Nessa homenagem, quando lhe perguntaram qual o trabalho que mais a marcou, respondeu logo e sem dúvidas que foi “Zerlina”, com o João Perry. Porquê?

Porque era muito difícil. Porque afinal o outro intérprete, que aliás estava na cama, diz meia dúzia de palavras e durante uma hora e tal é só ela que fala e isso torna tudo muito difícil. O tema é muito interessante, é aquela velha criada que fala de tudo o que foi a sua vida, do que foram as suas paixões, e isso é belíssimo. E foi muito bom, extraordinário, porque durante os ensaios o João Perry, o diretor do espetáculo, disse-me sempre: “Os jovens vêm cá ver esta peça”, e eu dizia: “Por favor, esta velha mulher aqui a dizer coisas do seu passado, achas que hoje os jovens vão ter interesse nisso?”, e ele: “Vão, vão.” E não é que ele tinha razão? A grande maioria do público para ver “Zerlina” era gente muito jovem. Porquê, não sei. Mas era. Lembro-me que era uma época [1988] em que os jovens andavam muito de preto e era aquela plateia toda negra, preto, tudo preto, era tão bonito, ali no Trindade. Foi muito bom. Muito exigente, porque o João Perry é um encenador muito, muito exigente, e porque a primeira parte do “Zerlina” teve dois movimentos com datas diferentes: na primeira ele vestiu-a de uma maneira e na segunda de outra maneira, porque a cena também mudou e eram dois pintores completamente diferentes… Foi uma coisa de uma dificuldade enorme, enorme, enorme. Mas pronto, parece que sim, que foi conseguido. A “Mãe Coragem e os Seus Filhos”_[1986] também. Teve outro grande encenador, o João Lourenço, efetivamente outro grande homem do teatro por quem tenho uma ternura enorme, como tenho pelo João [Perry]. Eram uns rapazinhos. Em tournés, houve uma época em que ele [João Lourenço] tinha um carro que era só de dois lugares e tínhamos grandes discussões os dois. Nunca estávamos muito bem um com o outro. Eu dizia, por exemplo:_“Ai, que mal que tu te vestes, João!” – ele se vir isto vai divertir-se imenso – “Mas por que é que diz que eu me visto mal?” E eu dizia: “Eu acho que sim.”, e ele: “Mas o que é que a leva a ter essa certeza? Que certeza é que tem?” Mas eu dizia sempre, aliás, continuo a achar que o João quando era miúdo se vestia mal. Depois, daí a uns anos, passou a vestir-se muito bem, agora veste-se bem. E foi um encenador extraordinário e os intérpretes [de “Mãe Coragem e os Seus Filhos”] eram extraordinários. Era uma peça muito bonita realmente. “O Caminho Para Meca” [1994], que também foi uma direção do João Lourenço, também foi um ótimo espetáculo que dava muito prazer fazer. Eram personagens que me apaixonavam também, e isso eu acho que é muito importante, porque há personagens que interpretamos que não têm esse poder. Mas quando isso acontece fica assim no inesquecível.

O que mais lhe interessa numa personagem? O que tem de ter para conseguir o estatuto dessas de que fala nas suas recordações?

Para começar, tem que ser uma personagem rica. E efetivamente seria uma parvoíce eu dizer que a partir de certa idade não há personagens que têm importância. Passei a amá-las.

Que relação que tem com as suas personagens? Lembra-se delas muitas vezes?

Eu sei que é por uma questão económica, mas a estes jovens atores não acontece o que acontecia na minha geração. Fazem uma peça e depois toca a ver se há subsídio para fazer a segunda, se há sítio para a segunda. Desenvolvem uma luta tão grande que não sentem o que eu sentia. Na minha geração, estreávamos uma peça dois dias depois de ter acabado outra. Acabávamos uma peça num dia, ao outro dia fazíamos ensaio geral e no dia seguinte estreávamos a peça. Era assim. Hoje é esta luta. Eu tenho que dizer que me dei como privilegiada mesmo. E custa-me muito, sinto-me muito revoltada, porque tenho por hábito ir ver os espetáculos e efetivamente há muita gente com talento.

A Eunice já trabalhou com atores de várias gerações.

E estou a vê-los. Vou vê-los a toda a parte em que eles podem finalmente mostrar o que valem e sinto-me muitas vezes revoltada porque não é justo. Os anos passam, estão a passar, e vejo-os, alguns deles realmente muito bons, com muito talento, que coitados, aparecem aqui, daí a não sei quantos meses talvez apareçam noutro sítio. Custa-me muito. O teatro precisa de ser ajudado de outra maneira. Temos que ter mais dinheiro, temos tão pouco. Fazer teatro é uma coisa muito cara e os atores e os jovens atores cada vez ganham menos. Ganham pouquíssimo, muito menos do que qualquer pessoa num emprego equilibrado.

Quando tinha a idade deles não era tão difícil?

Curiosamente não era. Eles não têm a censura, felizmente, o 25 de Abril trouxe-nos várias coisas boas e essa também, mas mesmo assim. Mesmo com todas essas dificuldades. Talvez porque o público acorria mais ao teatro. Agora estou cheia de esperança porque neste momento quando vamos ao teatro assistimos a boas lotações. Mas é de agora.

A verdade é que muita coisa mudou desde os anos 1940, quando a Eunice fez aqui o “Vendaval”.

Para começar, há menos teatros. Há muito poucos. Aparecem umas coisas assim como o Teatro do Bairro e o Teatro da Ribeira. É pouco. O Avenida foi-se embora, o Roma foi-se embora, houve muitos que foram e que fazem muita falta. A situação não é boa, estamos vivendo uma situação materialmente difícil e portanto percebemos que para uma família ir ao teatro já é preciso ganhar muito bem. Só a apontar uma mãe, um pai e dois filhos, se formos fazer contas já é muito dinheiro. Mas está a melhorar. Eu sou uma mulher de esperança, acho que não é preciso dizer. O teatro é qualquer coisa que não morre, que vai continuar, e esta gente nova vai conseguir fazer e mostrar os seus espetáculos. Eu tenho uma fé muito grande neste “Rei Lear”, porque é um encenador que já fez várias encenações importantes, mas que é novo. E traz com ele o seu grupo, o que também é uma coisa muito boa, eles poderem mostrar o seu trabalho.

Dizia no outro dia na conversa com o Diogo Infante que o público hoje é completamente diferente de quando começou, que há 50 anos não ficava calado nem quieto, que não havia silêncio a não ser que o espetáculo fosse muito bom.

É verdade, era um público inquieto de uma maneira geral. Hoje é silencioso, mesmo que não goste. É preciso ver que o público dos anos 40 era um público que se intrometia nas histórias. A certa altura houve um que se levantou da plateia que dizia:_“Olha, é melhor irmos embora porque o que se passa é ali para os lados do Socorro.” Era um público medonho. Havia gente com tanta graça e com tanto espírito que podia deitar um espetáculo abaixo. E depois disso já ninguém quer ir.

Falando em medo, qual é o seu maior medo num espetáculo?

Tenho medo de tudo. De escorregar, de me faltar a voz, agora então. Um ator a entrar em cena, ninguém está tão desabrigado. Estamos sujeitos a tudo, não é? É uma emoção muito forte. Fiz uma tourné em África, fiz mais do que uma mas esta foi a primeira, com um ator inesquecível, talentosíssimo, chamado José de Castro [1931-1977], que se estreou aqui neste teatro e que era muito supersticioso. Quase sempre os atores são. Eu também era, também caminhava aí, mas depois resolvi deixar de ser. Hoje a única coisa que faço antes de entrar em cena é persignar-me. Mas ele tinha que fazer todo o movimento que tinha feito na estreia. Então lá saía do camarim, lá dava as voltas, fumava o cigarro, apagava o cigarro… E depois, durante a tourné em África ele mandava buscar um prego. E eu dizia:_“Zé, mas tu queres o prego agora nesta altura quando estás quase a entrar em cena?”; “Sim! Preciso de comer para isto tudo ir para baixo.” Uma querida pessoa, era uma criatura tão bonita. Pronto, entrar em cena é complicado. A primeira vez é muito cruel porque não se sabe como é que o público vai reagir, como é que é o silêncio dele. Tendo os anos que eu tenho de profissão, quando se entra em cena e se começa a dizer um texto percebe-se se as pessoas se estão a interessar ou não, se estão a fugir da nossa mão ou se não estão a fugir, e isso é assustador.

Como é que se consegue avaliar isso?

Tipos de silêncios.

Bem dizem que a Eunice é especialista em silêncios.

Se se tosse, se não tosse, isso tudo quer dizer alguma coisa. Agora no inverno é mais difícil porque há as constipações.

E estamos aqui a falar só em teatro mas foi a televisão que a levou definitivamente ao grande público, com personagens como a Dona Benta, por exemplo, na novela “A Banqueira do Povo”, inspirada na história da Dona Branca.

Estive sem fazer televisão até aos 30 e muitos, 40. Aí que idade é que eu tinha?

Em 1993 fez 65.

Pois foi. Nunca tinha feito televisão [pausa]. Mas estava bem, estava. Fisicamente, estava bem. Sentia-me muito bem, com boa memória.

Como foi fazer essa novela?

Foi experimentar outra técnica. O teatro é uma coisa, a televisão é outra e o cinema é outra. Se nós conseguirmos essas diferenças é bom. Não é fácil. A televisão também tem o seu lado de paixão, mas é muito inquietante, porque olha-se com mais atenção para a parte técnica do que para a parte da representação. Estão muito preocupados com a luz, com o som, são tantas coisas que nós atores ficamos sempre com um certo receio, um sentimento de que éramos capazes de fazer melhor. Mas há efetivamente uma obediência ao realizador. Se ele acha que ficou bem, ficou bem.

É-lhe fácil confiar na opinião dos outros?

Confio. Eles têm uma experiência que eu não tenho. Nós somos atores, temos outro tipo de experiência. Eles são diretores de televisão, criadores de televisão, eles sabem. E já vamos tendo grandes realizadores de televisão, a televisão tem melhorado imenso.

Claro que para si vem o teatro em primeiro.

O teatro, sempre. Mas gosto muito de televisão. E tenho feito alguma coisa de cinema e, graças a Deus, tenho-me saído bem. Mas acho que para eles não, porque chamam-me tão pouco [risos].

Gosta de se ver, depois?

Não gosto muito. Costumo ver, interessa-me ver para ver como é que me saio, e agora com o meu problema da voz, mais do que nunca, quero ver.

Dizia que nunca imaginou que completaria algum dia 75 anos de carreira.

Não sabia que ia viver até agora. Vou partir quando tiver que partir. E sinto-me feliz, sabe? Mesmo com todos estes problemas de saúde, porque há problemas de saúde que nos dão enormes ensinamentos. Nunca fui tão paciente como sou agora. Para tudo. Para todos. Nunca tive tanta capacidade de entrega às pessoas, a toda a gente que vem ter comigo, que me fala. Fico contente, às vezes emocionada, e_continuo a achar que a vida é uma coisa maravilhosa e que as pessoas têm que se lembrar sempre que é bom viver. Mesmo a sofrer, mesmo com desgostos, seja como for.

Como é que diz que não tem nada para ensinar a ninguém?

E não tenho. Não tenho. A única coisa que digo é que não vale a pena ter vaidades. Somos o quê? Somos aquilo que conseguimos ser. Não somos mais do que isso.