Euro-2004. Carlos Cruz acusa Sócrates de autorizar subornos

Euro-2004. Carlos Cruz acusa Sócrates de autorizar subornos


Carlos Cruz, que foi presidente da comissão da candidatura de Portugal ao Euro 2004, lançou ontem uma autobiografia em que, entre outros episódios, relata que a Federação Portuguesa de Futebol comprou votos de federações estrangeiras para que o país fosse escolhido para organizar a competição.


Segundo o Correio da Manhã, o apresentador de televisão acusa diretamente Gilberto Madaíl de ter entregue envelopes em dinheiro e José Sócrates, então ministro adjunto com o pelouro do Desporto, de ter dado luz verde a essa atuação.

Esses subornos, segundo o apresentador, terão ocorrido antes do ano 2000. Madaíl – que entretanto negou tudo ao CM – terá entregue de uma vez “12.500 ou 15 mil euros”, num envelope, a um dirigente de uma federação, além de “umas férias ao senhor e à família”.

Mais tarde, Carlos Cruz diz que confrontou José Sócrates com um pedido que recebera do presidente de uma multinacional que prometia o voto do seu país e influenciar o das federações de outros, do Leste da Europa, a troco de uma casa de 100 mil dólares no Algarve. “Ó Carlos Cruz, não podemos perder isto por uma questão de dinheiro! Era o que faltava!”, respondeu-lhe Sócrates, que segundo Cruz lhe deu luz verde para avançar.

Um dos advogados de Sócrates, Pedro Delille, também garantiu ao CM que a história “não tem fundamento”. Carlos Cruz reiterou tudo e desafia Sócrates e Madaíl para “uma perícia psicológica”, diz o CM.

Carlos Cruz cumpre pena de prisão no Estabelecimento Prisional da Carregueira por abuso sexual de menores da Casa Pia e lançou ontem o livro Uma Vida, numa sessão pública em Lisboa, a que pode comparecer por lhe ter sido concedida uma saída precária de três dias.