No rol de soluções para lidar com a escassez de água, vão-se traçando planos, sem haver uma resposta igual em todo o país. Ontem foi a vez do autarca de Vila Viçosa admitir avançar com um escalonamento do preço de água para penalizar consumos excessivos, acima da média.
“A autarquia vai fazer uma análise dos consumos, até final do mês de setembro, para depois aplicar os devidos aumentos”, referiu Inácio Esperança, presidente da câmara de Vila Viçosa, à Rádio Elvas. O consumo de água no concelho quase triplicou em relação ao inverno, disse o autarca, que em declarações à TSF afirma que tudo tem contribuído para isso, incluindo a utilização particular, dando o exemplo de enchimento de piscinas ou lavagens de portas e ruas. “Alguma coisa tem de ser feita, porque não vamos aguentar assim por muito mais tempo”, afirmou Inácio Esperança, sublinhando a dificuldade de gerir a água na região: é fornecida por furos, explicou, “com caudais que nunca se podem medir com precisão, numa zona de calcários e, portanto, de um dia para o outro, podemos ficar sem água em alguns furos, porque continua a haver exploração de mármore”.
Há outros locais onde também se depende de furos e onde a água já está mesmo a ser racionada.
É o caso da freguesia de Cimo de Vila da Castanheira, no concelho de Chaves. “Além de racionar e de termos de fechar a água durante a noite para evitar que as pessoas façam as regas agrícolas de madrugada, já estamos a alertar para a necessidade de poupar água. Têm que perceber que a água é um recurso que pode acabar, que é finito”, afirmou na semana passada à Lusa a presidente da junta, Lígia Silva.