O novobanco avançou, na quarta-feira, que vai pedir mais uma injeção de capital no valor de 209 milhões de euros ao Fundo de Resolução (FdR) bancário relativa a 2021. Um ano em que o banco lucrou 184,5 milhões de euros.
A informação não agradou, por exemplo, ao PCP, que exigiu a sua rejeição liminar: “O novo pedido de mais 200 milhões de euros de recursos públicos para o Novo Banco deve ser liminarmente rejeitado. O povo português nunca deveria ter sido obrigado a enterrar milhares de milhões de euros de recursos públicos num banco que foi entregue a grupos económicos privados”.
Em comunicado, os comunistas defendem que este pedido é uma revelação de que a Lone Star, o fundo norte-americano que detém o novobanco, se encontra numa estratégia de “utilizar todos os subterfúgios para consumir a totalidade dos 3,9 mil milhões de euros dados como garantia pública”. Algo que, acusa o PCP, só é possível porque “o contrato que o Governo PS preparou deixou toda a margem à Lone Star sem quaisquer mecanismos eficazes de controlo”.
Também o PSD se insurgiu contra este pedido do novobanco, acusando esta instituição financeira de querer lucrar ‘à custa’ dos portugueses.
“O novobanco, apesar de ter lucros, ainda os quer aumentar mais à custa dos contributos dos portugueses, mas nós temos consciência de que o novobanco andou a vender património a valores abaixo daquilo que valiam no mercado e isso é que gerou menos valias que todos tivemos de pagar”, afirmou Rui Rio, à margem da sua participação na cimeira do Partido Popular Europeu (PPE), em Paris. “Uma vergonha sem limites, que o nosso Governo encara com a maior das tranquilidades e a que a Justiça assiste, calmamente sentada no camarote. É assim que o país ‘funciona’; sendo certo que assim não tem futuro”, tinha já escrito Rui Rio, num tweet.
Também Catarina Martins, porta-voz do BE, considerou o pedido “inaceitável e demonstrativo tanto dos erros na venda do Novo Banco como da manipulação das contas pelo banco”. Num tweet, a líder bloquista garantiu ainda: “Travar esta injeção é possível e é imperativo.”
Recorde-se, no entanto, que o FdR – citado pela Lusa – considerou já que não é devido qualquer pagamento ao novobanco, “apesar da insuficiência de capital apurada”.