Israel terá pela primeira vez um juiz muçulmano no Supremo Tribunal

Israel terá pela primeira vez um juiz muçulmano no Supremo Tribunal


Khaled Kabub, de 63 anos, vice-presidente do tribunal distrital de Telavive, está entre os quatro novos juízes nomeados para esta comissão que engloba nove pessoas: juízes, advogados e deputados, além de dois ministros em exercício.


A comissão de nomeações judiciais de Israel nomeou pela primeira vez um juiz muçulmano para o Supremo Tribunal, o mais alto órgão judicial do país, divulgou na segunda-feira o Ministério da Justiça.

Khaled Kabub, de 63 anos, vice-presidente do tribunal distrital de Telavive, está entre os quatro novos juízes nomeados para esta comissão que engloba nove pessoas: juízes, advogados e deputados, além de dois ministros em exercício.

No passado, juízes árabes cristãos já tinham sido nomeados para o Supremo Tribunal, mas Kabub é o primeiro muçulmano a ocupar o cargo.

Natural de Jaffa, no centro de Israel, o magistrado já tinha sido abordado em 2017 para o cargo, mas acabou por não ser nomeado.

O Supremo Tribunal de Israel é chamado a decidir sobre questões que afetam a sociedade, economia ou o conflito israelo-palestiniano, sendo frequentemente criticado pelas suas decisões.

O órgão judicial atual tanto como Supremo Tribunal para questões criminais e civis, quanto como garante da constitucionalidade das leis e da conformidade das decisões governamentais.

Além de Kabub, também foram selecionados os juízes Ruth Ronén, Gila Kanfi-Steinitz e o advogado Yechiel Kasher, que passam a fazer parte do Supremo Tribunal, composto por 15 membros.

"Foram selecionados de acordo com os três critérios que estabeleci: excelência, equilíbrio e diversidade. Uma variedade de opiniões, géneros e origens étnicas", referiu o ministro da Justiça israelita, Guideon Saar, que preside ao comité de seleção.

O anúncio surge após vários meses de divergências entre os membros da comissão de nomeações, onde a nomeação de Kabub foi um dos fatores de tensão, visto não ter recebido o apoio de Ayelet Shaked, ministro do Interior e número dois do partido de extrema-direita Yamina, do primeiro-ministro Naftali Benet.