Onde a terra acaba e o mar começa

Onde a terra acaba e o mar começa


São 20 pontos para conhecer ao longo de mais de 1800 quilómetros da costa portuguesa (continente e ilhas), onde o mar se cruza coma terra e forma paisagens únicas


Cabo de Santo André
A norte de Portugal continental, entre a praia do Quião e a praia de Santo André, na Póvoa de Varzim, situa-se o cabo de Santo André. Composto ao longo das duas praias por várias formações rochosas, a zona mais conhecida é a do Penedo do Santo. Segundo a lenda da região, as marcas existentes nas rochas deste local são conhecidas por serem as pegadas de Santo André. E até há uma tradição: na madrugada do último dia de novembro, os fiéis peregrinam, junto ao cabo, até à Capela de Santo André, envolvidos em mantos negros, em homenagem ao santo que olhava pelos pescadores que partiam dali.

Cabo Mondego
O cabo Mondego está localizado na Figueira da Foz, no distrito de Coimbra. Entre as praias da Murtinheira e da Figueira da Foz existe um enorme conjunto de rochas calcárias que mergulham no mar e formam a paisagem da costa central portuguesa. É possível comprovar a evolução do tempo nas camadas sedimentares, que são ricas em fósseis de amonites ou pegadas de dinossauros que por lá andaram – um dos grandes motivos que atraem os turistas.

Cabo Carvoeiro
Os historiadores consideram que o farol do cabo Carvoeiro é o mais antigo de Portugal. Foi construído em 1758 junto às falésias calcárias e encontra-se a 57 metros acima do nível do mar. É possível subir até ao topo, onde se tem uma vista privilegiada do concelho de Peniche, mas não só. Quando se olha para oeste é possível ver-se as ilhas Berlengas, uma reserva natural terrestre e marinha do nosso país. O cabo Carvoeiro é também rico em espécies naturais.

Cabo da Roca
A ponta mais ocidental de Portugal continental e, consequentemente, do continente europeu está localizada em Sintra. No distrito de Lisboa, o cabo da Roca é um dos pontos turísticos mais elogiados do centro de Portugal. Faz parte do Parque Natural Sintra-Cascais e está classificado como paisagem e património histórico-cultural pela UNESCO. Referenciado numa das obras poéticas mais conhecidas a nível nacional, “Os Lusíadas”, o cabo da Roca é famoso pelas suas enormes falésias ao longo da costa.

Cabo Raso
O Forte de São Brás de Sanxete, em Cascais, no distrito de Lisboa, alberga o Farol do Cabo Raso que, no séc. XIX, era utilizado para defesa contra as embarcações inimigas que podiam atracar na costa ocidental portuguesa. Nos finais do séc. XIX, o farol perdeu a função de vigia e hoje aguarda por instruções da Câmara Municipal de Cascais. O cabo é conhecido pelo farol, mas também por se encontrar a baixa altitude, junto das praias – entre elas, a praia do Guincho. 

Cabo Espichel
Uma das paisagens mais conhecidas de Sesimbra, no distrito de Setúbal, é a do Cabo Espichel. O Santuário de Nossa Senhora da Pedra Mua deve-se ao culto implementado na Idade Média. Hoje é um dos grandes pontos turísticos do concelho e o mais importante edifício de todo o cabo Espichel. Também foi palco de peregrinações, a partir do séc. XV, em que acolheu uma panóplia de culturas que deixaram as suas marcas pelos recantos do cabo.

Cabo Sardão
No distrito de Beja, no concelho de Odemira, encontra-se o cabo Sardão. É o ponto mais ocidental da costa alentejana e está guardado por um faro localizado na Ponta do Cavaleiro. Apesar de não ser possível visitá-lo, existem outros miradouros na zona onde é possível ter acesso a vistas para o cabo Sardão e para o mar. A vegetação que cobre as planícies faz com que as rochas fiquem de uma cor diferente, mas não se distinguem apenas por isso: também existem alguns passadiços onde as pessoas podem passear.

Cabo de São Vicente
Região de muitos turistas na altura do Verão, o distrito de Faro tem muitas pontas e cabos que são conhecidos pelas suas rochas de cor amarela que se cruzam com as areias da praia ou com a água do mar. O cabo de São Vicente é um deles: inserido no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, delimita a fronteira terrestre portuguesa com o oceano Atlântico. Do cabo fazem ainda parte um café, um museu e uma loja de recordações.

Ponta de Sagres
A Ponta de Sagres (ou Fortaleza de Sagres) é conhecida por representar o limite sudoeste da Europa. Por lá, entre os muitos navegadores que tinham como objetivo explorar o mar desconhecido, passou também o Infante D. Henrique, que mandou construir uma escola de navegadores com o objetivo de expandir o império português. Uma das principais marcas dessa época é a rosa dos ventos, com 43 metros de diâmetro, que servia antigamente como uma espécie de bússola.

Cabo de Santa Maria
A extremidade sul do Algarve é composta por um conjunto de várias ilhas. Embora o farol do cabo de Santa Maria esteja na ilha da Culatra, o cabo propriamente dito situa-se na ilha da Barreta. É considerado o ponto mais a sul de Portugal continental e é o lugar onde se pode estar mais próximo do continente africano sem sair do território português. Os pontos altos desta zona são o grande areal que se distribuiu pelas várias ilhas e a ria Formosa.

Ponta da Areia
A sul de Portugal, em Vila Real de Santo António, a Ponta da Areia destaca-se por ser delimitada pela foz do rio Guadiana, que faz fronteira com a vizinha Espanha, e pelo oceano Atlântico. O areal, que pertence à baía de Monte Gordo, ilustra muito da paisagem algarvia e tem quase dois quilómetros de extensão. As praias desta região são ainda muito concorridas pelas temperaturas da água do mar, que é conhecida por ser mais quente do que no resto da costa portuguesa. 

Ponta da Abra
A baía da Abra é delimitada pela Ponta da Abra e pela Ponta do Furado. Posicionada no litoral sul da Ponta de São Lourenço, na ilha da Madeira, a Ponta da Abra é a mais famosa. Já ali foi projetado um porto marítimo no séc. XIX, mas a paisagem natural nunca chegou a ser modificada. Com águas claras e praias de pedra, é porto de ancoragem para alguns iates privados – local privilegiado para os visitantes nacionais e estrangeiros.

Ponta de São Lourenço
Na Madeira, a Ponta de São Lourenço constitui a extremidade oriental da ilha. Faz parte do concelho do Machico e possui um caminho delineado para os visitantes percorrerem a pé, com uma extensão de quatro quilómetros. Ao longo do percurso existe uma casa de merendas, onde as pessoas podem descansar à sombra. São diversas arribas e ilhéus formados ao longo do oceano em que se consegue ver a parte mais profunda, por causa das águas transparentes.

Ponta do Garajau
O que marca a extremidade leste da baía do Funchal é a Ponta do Garajau. Situada no Caniço, no concelho de Santa Cruz, a famosa estátua do Cristo Rei atrai muitas pessoas, todos os dias, para esta zona. Desta ponta eram antigamente lançados os corpos de estrangeiros que não eram católicos ao mar. Na atualidade existem bares e até um teleférico para descer até à praia do Garajau.

Cabo Girão
O cabo mais alto da Europa está na ilha da Madeira. É em Câmara de Lobos que o famoso gabo Girão é fotografado diariamente, sendo reconhecido como um dos postais da ilha. Com vista para os municípios de Câmara de Lobos e Funchal, a enorme suspensão em vidro que se situa a 580 metros de altitude proporciona uma vista panorâmica do oceano Atlântico. Recentemente, o cabo começou a ser utilizado para a prática de parapente e base-jumping.

Ponta do Pargo
A Ponta do Pargo, no concelho da Calheta, na ilha da Madeira, é um vale na encosta que deixa os visitantes chegarem mais perto do mar e da falésia. Pouco conhecido, mas perfeito para quem quer conhecer a ponta oposta à Ponta de São Lourenço. A nordeste da linha costeira da Ponta do Pargo encontra-se um farol que faz parte da vista, embora não seja possível aceder ao seu interior. O nome advém do facto de o pargo ser abundante nesta região.

Ponta da Espalamaca
No arquipélago dos Açores, a cidade da Horta, na ilha do Faial, é palco da famosa Ponta da Espalamaca. É lá que se situa o Miradouro da Nossa Senhora da Conceição, popularmente conhecido como o melhor miradouro da ilha. Dele se tem uma excelente paisagem da cidade, marina e praias. É ainda um ponto para a observação das ilhas mais próximas: São Jorge, Graciosa e a montanha do Pico são avistadas mediante as condições meteorológicas.

Ponta João Dias
Nos Açores, na cidade da Horta, a Ponta João Dias também é considerada um cabo português. Os longos campos verdes também fazem com que a paisagem seja um dos pontos primordiais. A Ponta João Dias está inserida numa baía, em conjunto com a Ponta da Ribeirinha e a Ponta da Espalamaca, onde desaguam algumas ribeiras, como a ribeira do Gato e a ribeira da Praia, nas praia de areia preta. Tal como na Espalamaca, é possível avistar as ilhas de São Jorge e Graciosa e a montanha do Pico.

Ponta da Ribeirinha
A Ponta da Ribeirinha é o ponto mais a norte da baía das três pontas que ilustram a vista a este da ilha do Faial. Os campos naturais que se perdem com os efeitos naturalmente rochosos constroem um ponto turístico de grande interesse. Por se situar na mesma zona da costa, as pessoas que visitam a ponta também têm vista para as ilhas de São Jorge, Graciosa e Pico. 

Ponta da Caveira
As escoadas de lava de diferentes fases geológicas formaram a Ponta da Caveira. São grandes dimensões de fendas e tubos de lava que originam a paisagem naturalmente rochosa, perto da freguesia da Caveira, na ilha das Flores, nos Açores. Calhaus, blocos rochosos e pequenas clareiras de areia são características intrínsecas do património do cabo. A prática do mergulho, comum entre os visitantes, permite visualizar uma grande variedade de algas.