Sinais Progressistas
Em 2013, no regresso de uma viagem ao Brasil, o Papa disse que não condena os homossexuais: “Se uma pessoa é gay, procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?” E recordou, a propósito dos divorciados recasados, que a Igreja Ortodoxa permite segundas uniões.
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No ano passado, na Capela Sistina, baptizou, para gáudio dos mais progressistas, o filho de uma mulher solteira e a filha de um casal casado só pelo civil.
O próprio facto de ter convocado um sínodo para discutir de que maneira a Igreja pode estar mais presente nas famílias de hoje é encarado como um sinal progressista: nunca outro Papa pôs os bispos do mundo inteiro concentrados no debate sobre essa aproximação. E no ano passado, aquando da abertura dos trabalhos da primeira parte do sínodo, Francisco avisou os participantes que quer uma reflexão sem tabus.
“Uma condição geral de base é esta: falar claro. Que ninguém diga: “isto não se pode dizer, vão pensar isto ou aquilo de mim”. Devem dizer tudo aquilo que sentem”, apelou. Mais, recentemente, o Papa decidiu simplificar as regras para a nulidade dos casamentos.
Em Fevereiro do ano passado, o Papa voltou a dar um sinal: os cardeais estiveram reunidos num consistório e Francisco convidou o cardeal Walter Kasper – que desde a década de 1990 se bate publicamente pelo acesso dos divorciados aos sacramentos e que não encontrou apoio em Bento XVI e João Paulo II – para fazer uma reflexão sobre o tema na abertura do encontro.
E se muitos cardeais não gostaram de ouvir o discurso do costume, o Papa Francisco elogiou publicamente a intervenção.
Sinais Conservadores
No último domingo, Francisco deixou mais uma vez claro, e com todas as letras, que um casamento é entre um homem e uma mulher e para toda a vida.
E nas muitas catequeses das quartas-feiras que dedicou ao tema da família, o Papa nunca pôs em causa a doutrina instituída ou o conceito de casamento para a Igreja – que prevê a união de um homem e de uma mulher para toda a vida, com o objectivo de ter filhos.