“Entendemos que o Governo, para 2016, deve ser muito firme na defesa de um limite nacional de capturas [de sardinha] ”, afirmou o presidente da câmara de Peniche, António José Correia, defendendo que a quota do próximo ano possa chegar “às 30 mil toneladas”.
Este aumento, defendem os presidentes dos 10 municípios, “não poem em causa a gestão do stock” que ainda assim “continuará a crescer em dois por cento”.
Em Peniche, onde hoje participaram numa reunião promovida pela Federação dos Sindicatos da Pesca, as dez autarquias defenderam igualmente “um aumento da quota para 2015”, fixada nas 13 mil toneladas para todo o país.
Um limite que, no caso da OPcentro, organização que reúne os pescadores de Peniche e da Nazaré, foi já esgotado, estando os barcos impedidos de capturar sardinha desde as 12:00 de hoje.
“Há condições para que possa haver um aumento de quota para que se possa pescar por mais algumas semanas”, afirmou António José Correia, em nome de todas as autarquias que se solidarizaram com aqueles dois municípios, uma vez que nos seus territórios, a quota irá também esgotar-se, nalguns casos nas próximas semanas e noutros em poucos meses.
Na posição conjunta os dez municípios exigem ainda ao Governo que sejam rapidamente definidas “as medidas de acompanhamento para responder aos problemas resultantes da interdição e imobilização temporária das embarcações”, medidas essas que serão discutidas na terça-feira pela Comissão de Acompanhamento da Pesca da Sardinha.
A posição é subscrita pelas câmaras de Peniche, Nazaré, Figueira da Foz, Matosinhos, Sesimbra, Sines, Loulé, Portimão e Setúbal e Olhão, que se manifestaram ainda disponíveis para apoiar ações que venham a ser definidas pela Federação dos Sindicatos da Pesca.
Peniche e a Nazaré são os dois primeiros municípios do país a verem interditada a pesca da sardinha mas, na reunião promovida pela federação ficou expressa a preocupação de que o mesmo se verifique no resto do país.
“Estimamos que em todo o país sejam afetados 2015 trabalhadores e 150 embarcações”, afirmou Frederico Pereira, da federação, considerando “catastrófica a situação que se vive no país” que gerou “um convergência” entre sindicatos e autarquias para alargar o período de pesca.
Em Peniche reuniram também hoje os 14 armadores locais, que em conjunto com os da Nazaré integram a OpCentro, liderada por Humberto Jorge, que remeteu para depois da reunião com a Comissão de Acompanhamento da Pesca da Sardinha uma posição oficial.
Lusa