Enquanto os focos incidem sobre os conflitos violentos turco-curdos, uma outra guerra cai em esquecimento, como releva o jornal alemão "Spiegel".
Passaram-se quatro meses desde que a Arábia Saudita iniciou confrontos com o Iémen, cujos objectivos seriam a estabilização do país, mas que já causaram mais de 4000 mortes.
Quando os cidadãos ieminitas julgaram finalmente poder respirar fundo, num breve cessar-fogo iniciado no último domingo e o qual aproveitariam para receber mantimentos (comida, medicamentos, combustível) distribuídos por organizações cooperativas, o ambiente bélico voltou a instalar-se, apenas dois dias após o "descanso".
Além do mais, o assunto não parece ficar por aqui, pois os Estados Unidos estão do lado da Arábia Saudita, posição que se deixa justificar sobretudo pelo facto de necessitarem da ajuda do então parceiro no combate ao Estado Islâmico, mas também por reconhecerem o perigo que os rebeldes huthis representam. Quem sai verdadeiramente ferido destes conflitos são os civis ieminitas, que por consequência passam gravemente à fome.
Partido verde alemão vê Turquia como um "Mini-Paquistão"
Em declarações à "Passauer Neuen Presse", Cem Özdemir, líder do partido verde alemão "Die Grünen", encara as recentes actitudes turcas em relação aos curdos como uma afronta internacional, fazendo do país um "Mini-Paquistão".
Özdemir não esconde a sua animosidade para com o presidente do país. O presidente do partido verde acusa Recep Tayip Erdogan de excessivo autoritarismo e relembra o facto de a Turquia ter feito tensões de entrar na União Europeia, alertando para o perigo que o país representa.
Quanto ao consequente argumento de a Turquia intencionar acabar com o ISIS ( sigla inglesa para o grupo terrorista do Estado Islâmico), Özdemir afirma tratar-se puramente de uma estratégia para ofuscar o Ocidente, fundamentando a sua acusação com o facto de poucos postos dos extremistas serem realmente alvos de ataques turcos.