Bruma, uma aventura na Real Sociedad

Bruma, uma aventura na Real Sociedad


O extremo segue o caminho de Carlos Xavier, Oceano e Sá Pinto.


San Sebastian é ao lado do Oceano – não aquele que joga aqui há uns anos com o Carlos Xavier, mas sim o Atlântico – e apercebemo-nos do valor da capital basca. É o segredo mais bem guardado de Espanha. Calcorreamos a mente à procura de Madrid, Barcelona, Sevilha, Málaga, Salamanca, Vigo, Corunha e não, não há nada parecido com Sanse (diminutivo carinhoso de San Sebastián).

Bruma sabe disso e assina por eles. Quem? Os de San Sebastian. A Real Sociedad, pronto. Campeã espanhola pela última vez em 1981-82, é uma equipa com queda para atrapalhar os grandes, tipo Real Madrid e Barcelona. Fora isso, é uma equipa simpática. O extremo português sabe disso e assina por eles. É hoje apresentado à comunicação social com toda a pompa e circunstância. O caso não é para menos: é o único campeão em título do plantel treinado pelo inglês David Moyes. Sim senhor, Bruma sai do Galatasaray coroado campeão. E agora veste a camisola da Real Sociedad.

Fala aí Bruma. "Posso ajudar a equipa com a minha velocidade. Todos os companheiros me receberam muito bem. É um orgulho jogar neste campeonato. A Real Sociedad é um clube muito bom que ajuda os jovens a crescer." E não só, acrescentamos nós. A Real Sociedad é também um clube com para ajudar os portugueses a crescer. Vejam lá bem o caso de Oceano e Carlos Xavier.

O galês John Toshack treina o Sporting em 1984-85 e conhece a dupla. Em 1991, depois de se sagrar campeão espanhol pelo Real Madrid com a espantosa marca de 107 golos marcados, assina pela Real Sociedad. Os seus primeiros pedidos de reforços são portugueses: Oceano e Carlos Xavier. O Sporting liberta-os para Espanha. No País Basco, Carlos Xavier lesiona-se e só se estreia a 27 de Outubro, a titular, ao lado do Oceano. É a primeira vez que dois portugueses jogam juntos numa equipa estrangeira. Durante três anos, os adeptos bascos deixam-se seduzir pela dupla e Oceano até entra na história dos donostiarras como autor do último golo (na verdade são dois no 3-1 ao Tenerife) no Atocha, o mítico estádio da Real, a 13 de Junho de 1993.

Segue-se Ricardo Sá Pinto, entre 1997 e 2000. Na estreia, lançado por Benrd Krauss, marca um golo ao Oviedo (3-3 no Atocha) e vira herói para os adeptos bascos. Com seis golos em 76 jogos, volta ao Sporting. Tal como Carlos Xavier e Oceano. E Bruma? É esperar para ver.