Bancos gregos precisam de 14 mil milhões para se manter à tona

Bancos gregos precisam de 14 mil milhões para se manter à tona


Instituições têm reservas para sobreviver até segunda-feira à noite. Varoufakis vota a favor do novo plano de austeridade


Os bancos gregos precisam de entre 10 a 14 mil milhões de euros para manter a cabeça fora de água, mesmo que Atenas chegue a um acordo com os credores este fim-de-semana. Os valores foram revelados por um banqueiro grego à Reuters, na mesma ocasião em que afirmou que as instituições detêm uma almofada de 750 milhões de euros que lhes permitirá suprir as necessidades do país até ao final do dia de segunda-feira.

A informação chega poucas horas depois de a agência Moody's ter afirmado que os bancos não deveriam ter reservas suficientes para sobreviver depois de Domingo. Seja como for, as instituições foram ficando significativamente fragilizadas ao longo das últimas semanas, com a economia a deteriorar-se rapidamente. Daí a necessidade de liquidez ser tão elevada, numa altura em que as almofadas de emergência foram praticamente despejadas.

O ministro das Finanças grego, Euclid Tsakalotos, falou ao Parlamento ateniense esta tarde, num dia marcado por forte incerteza em relação à aprovação das propostas do Governo do Syriza junto do hemiciclo helénico. Logo no início da sua intervenção, Taskalotos fez referência ao sistema financeiro, lembrando que com a provação destas propostas o controlo de capital que actualmente vigora na Grécia pode ser rapidamente revertido, citam as agências internacionais.

As propostas que foram ontem eviadas para Bruxelas enfrentam a oposiçãoda ala mais à esquerda do partido, bem como do ministro da Energia, pelo menos.

O partido da Nova Democracia, por seu lado, já garantiu o seu voto favorável, enquanto Varoufakis, agora deputado, enviou uma carta a mostrar o seu apoio ao ministro das Finanças. O antigo ministro não deverá estar presente na votação do pacote de austeridade, que acontecerá esta noite no Parlamento grego. O 'enfant terrible' que tantas dores de cabeça causou a Bruxelas parece ter cedido, no final das contas, e estar agora de acordo com um programa mais austero do que aquele que tinha sido apresentado pelos credores e contra o qual votou, no referendo de Domingo passado.