Os corredores da Assembleia da República dos debates no Plenário e das reuniões nos gabinetes até altas horas da madrugada. Os trabalhos parlamentares estão prestes a recomeçar, depois de um verão carregado de pólvora para fazer explodir o hemiciclo. Figurativamente, claro, em debates entre Direita e Esquerda, entre Governo e Oposição e, até, entre Direita e ‘Mais à Direita’.
A maioria relativa que une PSD e CDS-PP terá pela frente não só o seu rival mais ‘tradicional’, o PS, mas também o Chega, que se firmou como segunda força parlamentar e pretenderá afirmar-se no Plenário. No outro canto do hemiciclo, reduzida em espaço mas cheia de reivindicações, a Esquerda procura reconquistar o espaço político que perdeu.
O Nascer do SOL contactou todos os grupos parlamentares da Oposição para saber, afinal, quais são as grandes expectativas para o regresso à Assembleia da República.
O Chega considera que «não é possível ter expectativas elevadas quando estamos perante um Governo que continua a falhar numa das suas principais missões que é a de garantir o acesso a saúde». O Executivo também falha, diz o partido de André Ventura, «quando se recusa a baixar os impostos e quando finge que está preocupado com a imigração descontrolada quando, na verdade, não toma medidas concretas e eficazes para colocar um travão, de uma vez por todas, na entrada desenfreada de imigrantes ilegais em Portugal».
Para o PS, a prioridade vai para «a proposta de criação da Comissão Técnica Independente, cujo debate potestativo foi hoje marcado para dia 17 de setembro, e que pretende analisar os incêndios ocorridos em agosto de 2025». «Acompanharemos ainda com interesse as iniciativas diplomáticas do quadro da Assembleia Geral da ONU para o reconhecimento do Estado da Palestina e continuaremos abertos a diálogo humanista com o Governo, no quadro da Constituição, sobre as leis dos estrangeiros e da nacionalidade», disse fonte parlamentar.
Já na bancada da IL, o fundamental é «reduzir a carga fiscal, garantindo que o dinheiro que os portugueses produzem fica no seu bolso e não é desperdiçado pelo Estado», bem como «saúde de qualidade, educação que valorize o mérito, segurança eficaz e justiça célere».
O Livre também tem impostos na mira, reivindicando mais «justiça fiscal e defendendo que o Governo dê prioridade à redução do IVA em vez do IRC».
Já o PCP promete continuar e intensificar «a sua intervenção na denúncia das consequências das opções políticas do Governo PSD/CDS, que infernizam a vida dos trabalhadores, dos reformados, da juventude».







