Paramount chega a acordo milionário com Trump após edição de entrevista com Kamala Harris

Paramount chega a acordo milionário com Trump após edição de entrevista com Kamala Harris


A Paramount está simultaneamente a tentar obter a aprovação da administração Trump para a fusão proposta com a Skydance Media


A Paramount concordou em pagar 16 milhões de dólares para resolver um processo judicial movido pelo Presidente dos EUA. Em causa estava edição de entrevista ‘60 Minutes’ da CBS com a então vice-presidente Kamala Harris.

A Paramount, que é proprietária da CBS, disse que o valor – equivalente a 13,6 milhões de euros – irá para a futura biblioteca presidencial de Donald Trump, e não para o próprio Presidente. O acordo não envolveu um pedido de desculpas.

O advogado de Donald Trump disse que o seu cliente sofreu “angústia mental” com a edição da entrevista pela CBS News, enquanto a Paramount e a CBS rejeitaram a sua alegação de que ela foi editada para melhorar o som de Harris, a candidata democrata à Presidência norte-americana em 2024.

A Paramount está simultaneamente a tentar obter a aprovação da administração Trump para a fusão proposta com a Skydance Media.

Por seu lado, um porta-voz da equipa jurídica de Trump disse que, com o acordo, o Presidente “oferece outra vitória para o povo norte-americano”.

A Paramount aceitou que as transcrições do programa ‘60 Minutes’ fossem divulgadas.

No início de fevereiro, o programa ‘60 Minutes’ divulgou uma transcrição completa e não editada da entrevista de Harris.

Nos termos do acordo alcançado com a ajuda de um mediador, a Paramount concordou que o programa divulgará transcrições de futuras entrevistas de candidatos presidenciais, “sujeitas a redações, conforme necessário, por motivos legais e de segurança nacional”, segundo a declaração da CBS News.

O caso levou à demissão do produtor do programa, Bill Owens, que contestou Trump e os seus ataques à independência da CBS e, pouco tempo depois, à demissão da diretora da CBS News, Wendy McMahon, que defendeu a posição de Owens.

Segundo os media dos  EUA, o estúdio Paramount desejava regular o seu diferendo com Trump antes que a autoridade das telecomunicações (FCC, na sigla em Inglês), controlada pelos republicanos, se pronunciasse sobre o projeto de fusão com a Skydance.

O prazo para uma decisão final pela FCC em relação ao negócio está previsto para 7 de julho, e se o acordo não estiver finalizado até a data, a Paramount pode optar por uma segunda extensão de 90 dias.